Como diz o ditado, “o que era doce, acabou-se”. Estou neste exato momento curtindo os primeiros sinais daquela típica depressão pós-viagem, em que a perspectiva de correr no (embora amado) Ibira posa como um contraste absoluto em relação às dunas e praias do Ceará.
Mas, enfim, parte da graça de correr é poder justamente aproveitar o mundo de uma maneira solitária, intensa, egoista e, sobretudo, completa. Foi-se o Ceará, virão novas trilhas.
A começar pela que está programada para o dia 7 de Novembro: meus primeiros 100K sob o solo hiper técnico e traiçoeiro de Santa Catarina, na Indomit UltraTrail Costa Esmeralda. Não minto que estou levemente aterrorizado com o prospecto de encarar aquelas trilhas novamente – minha primeira vez foi no Indomit Bombinhas, de 42K, que me tomaram mais de 6 horas. Mas, de lá para cá, muita coisa já aconteceu e amadureci bastante como corredor. Não que esteja pronto para encarar uma Marathon de Sables, claro – mas 100K não há de ser, espero, tão infernal assim.
E a parte divertida começa agora, com a programação montada por mim mesmo.
No começo, esta semana, pegarei leve: preciso livrar a musculatura das dores e recome;car o ciclo, embora os 100K com areia fofa que carrego da semana certamente serão uma bela base.
Depois sigo com microciclos: duas semanas evolutivas com tiros e tempo runs seguidas de uma semana mais leve. Os longões estão até modestos: fora os 50K da semana de pico, já em meados de outubro, os outros variam entre 3 e 4 horas, mais ou menos. Procurarei fazê-los em trilhas diversas, seja na Serra do Japi, no Parque do Carmo ou em qualquer outro canto próximo a Sampa.
É claro que, como toda boa programação, ajustes devem ser feitos. Mas é sempre bom ter uma base a partir de onde improvisar.
Agora é foco puro. Em pouco mais de 3 meses terei completado meus primeiros 100K.