Adeus Adidas Micoach; olá Garmin Connect

Não é exatamente segredo para ninguém que acompanhe este blog que a Garmin e eu não temos uma relação incrível. Verdade seja dita, eu detesto os seus produtos e odeio com todas as minhas forças o suporte técnico. Está pensando em algum relógio para corrida? Recomendo fortemente que compre um Suunto.

Ainda assim, há produtos e há aplicativos para montagem online de planilhas e acompanhamento de treinos. Até então, eu usava o Adidas MiCoach, que conta com um sistema fantástico de guia em áudio de ritmo em tempo real. O MiCoach nunca me falhou e sempre foi o app primário para treinos – mas, de tempos em tempos, parece que a Adidas vem se esforçando para dificultar o uso.

No domingo, quando estava tentando montar a minha planilha, descobri que eles mataram um banco de exercícios customizados que permitiam que o usuário criasse os treinos e os arrastasse para o calendário no site. Bom… sem isso, montar uma planilha de 4 meses passou a ser simplesmente inviável.

Migrei para o Garmin Connect. É igual? Não. O app não tem, por exemplo, essa função de guiar por voz o ritmo. Mas paciência: pelo menos dá para criá-lo mais facilmente e acompanhar tudo olhando para o relógio.

Às vezes o ótimo é inimigo do bom, como diz o ditado. Embora, nesse caso, o ótimo efetivamente já existisse, tendo sido apenas aniquilado pela empresa que o havia produzido.

Pena.

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A retirada do kit: organização que impressiona

Confesso que a fila que dava a volta ao quarteirão não me animou muito – mas há coisas que nenhuma organização consegue impedir.

Fora isso, fiquei embasbacado com o nível da organização.

E não só pelo uso de email e Facebook como ferramentas organizacionais, a exemplo do cronograma com as etapas abaixo – mas pelo desenrolar absolutamente tranquilo de cada uma das três etapas:

  
1) Acreditação

No espaço de convenções de um hotel, retira-se uma senha de acordo com o “status” (argentino, estranheiro, estrangeiro com saldo a pagar etc.). Feito isso, deve-se aguardar por poucos minutos até que a senha apareça em um painel. Na dúvida, uma atendente com microfone também reforça os números da hora.

Chamado, recebe-se um crachá que deve ser utilizado nas demais etapas, o número da barraca (no meu caso, ficarei na 131), paga-se o montante devido e se retira o formulário da imigração chilena, que precisará ser apresentado assim que se cruzar a fronteira no primeiro dia. 

Feito isso, que não dura mais que poucos minutos, deve-se ir a um endereço vizinho para pegar o chip.

  

2) O chip e o kit

A primeiro coisa que se pede na “segunda fase” é o preenchimento do formulário de imigração chilena. E tudo é facilitado: eles tem caneta – algo raro em situações assim – e gente que sabe responder a perguntas relacionadas às burocracias alfandegárias.

O formulário fica com a organização na entrega do chip – e o crachá de controle é perfurado em um local pra dizer que a etapa está “cumprida”.

  
  

Atravessando o ginásio, retira-se a sacola – fantástica, diga-se de passagem.
Junto com ela, meias, kits de comidas, casaco polar e camiseta. Nunca recebi tanta coisa, com tanta qualidade, em uma corrida!

Material retirado, se vai a outro canto do ginásio para tirar uma foto. Essa é importante: vincula o número de peito ao Facebook, permitindo que quem quiser acompanhe o progresso durante a prova.

Pronto. Depois disso, pode-se passar a qualquer hora no ginásio para retirar um retrato.

  

3) Entrega da bolsa montada

É a última e mais óbvia parte – mas a que requer mais atenção. A bolsa deve receber todo o equipamento e roupas para os campings e ser deixada em um terceiro endereço, também perto dos outros.
Agora, portanto, é hora de fazer as malas – ainda que com bastante antecedência.

  

El Cruce: checklist de equipamentos

Com o Cruce chegando perto, já era hora de resolver a questão dos equipamentos. Pois bem: munido nas informações (meio confusas) do site e de dicas de alguns amigos, saí às compras ontem e está tudo quaaaaaase pronto. 

Além da mochila de hidratação (a mesma Quechua RaidTrail 10L de sempre), os seguintes itens estão devidamente preparados: 

  

Itens fornecidos pela organização:

  • Camiseta de prova
  • Número de competidor e chip
  • Camiseta manga longa (ou remera)
  • Polar (jaqueta)
  • Mochila resistente à água para os acampamentos

Itens obrigatórios:

  • Mochila de hidratação (não está na foto, mas está conferida)
  • Manta térmica (na foto, número 5)
  • Casaco impermeável (4)
  • Gorro (7)
  • Bivac ou vivisac (3)

Itens recomendados:

  • Isolante térmico (1)
  • Saco de dormir (alugarei junto à organização)
  • Poles (2)
  • Headlamps (6)
  • Luvas para trilhas (8)
  • Toalha
  • Kit com talheres
  • Kit para bolhas (também não está na foto, mas está já preparado)

O que falta, então? Apenas 3 itens: 

  1. kit com talheres
  2. Pilhas AAA para a headlamp

Resolvo ainda esta semana. 

(A propósito, participar dessa prova dá muito mais trabalho do que de qualquer outra que já fiz antes!!!)

Garmin, estou pedindo demais?

Adivinha o que ainda não chegou? Pois é… O Garmin Fenix 2 que comprei e que desenvolveu o hábito de desligar durante longões e que mandei para a garantia da Garmin em 19 de novembro.

Prazo oficial de retorno: 30 dias.

Data em que estamos: 8 de janeiro. Já batemos os 50 dias e o relógio ainda não foi sequer postado de volta por eles.

Pior: o atendimento via Portal de Reparos agora passou a ser vago e a evitar respostas mais práticas (e úteis). Tenho cobrado uma data ao longo desta semana inteira deles. Os retornos? Veja abaixo:

  
   

   
 O que fazer senão aguardar e reclamar do desrespeito? Enfim… esse é um post mais de desabafo.

Quem quiser ler a minha “jornada completa” na busca pelo suporte da Garmin pode clicar aqui: https://rumoastrilhas.com/2016/01/04/sofrendo-com-a-incompetencia-da-garmin/

E quem quiser comprar um GPS de pulso, insisto: ache outra marca.

Sofrendo com a (incompetência da) Garmin

Logo depois que postei aqui no blog que comprei o Fenix 2, da Garmin, um mundo de amigos me deu os pêsames e desejou, do fundo do coração, que eu não precisasse do suporte deles.

Pois é: precisei.

E pela segunda vez, já que o Forerunner 620 que havia comprado um ano antes também havia dado problema. Curiosamente, a memória curta me fez esquecer a dificuldade que era lidar com o suporte da Garmin.

Bom… agora não esqueço mais.

O problema técnico

Tudo começou quando o Fenix 2 decidiu travar no meio de corridas longas. O mesmo já tinha ocorrido com dois amigos e ambos disseram que esse era um caminho sem volta. Ainda assim insisti: atualizei o relógio, apaguei o histórico, fiz um hard reset etc.

Nada adiantou.

Em corridas curtas, nenhum problema. Mas imagina que delícia é você estar 5 horas adentro de uma ultra, conferir o relógio e, de repente, ver que ele simplesmente não está mais funcionando? Fantástico, não?

Largando na interminável ultramaratona em busca de suporte

Como ele ainda estava na garantia, contatei a Garmin para saber como deveria proceder. Verdade seja dita, a primeira fase do atendimento deles nem demorou tanto: em poucos dias me retornaram com instruções para que eu postasse o equipamento para eles, o que fiz no dia 19 de novembro.

Atentem para a data: 19 de novembro.

Informei isso no portal de suporte da Garmin: a partir da data de envio, eles teriam 30 dias para me devolver o equipamento consertado ou trocado por um novo. Nem comento que esperar 30 dias para ter de volta um equipamento de R$ 2 mil é um absurdo por si só.

Mas vamos lá:

Pelo rastreamento dos Correios, o Fenix 2 foi entregue com sucesso no dia 20 de novembro:

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No portal de reparos da Garmin, no entanto, o status ainda estava marcado como “em envio pelo cliente”.

E por que era importante essa mudança de status? Porque, até que eles demarcassem como recebido, o prazo dos 30 dias não corria. Ou seja: era uma forma da Garmin dar aquela “enganada básica” no consumidor, ganhando tempo ao alegar não ter recebido o produto e, portanto, não ter podido iniciar os reparos.

A troca de mensagens

Reclamei com a Garmin pelo portal de suporte no dia 25, quando o status continuava errado. A resposta que tive do atendente Elton:

Screen Shot 2016-01-04 at 12.22.37 PM

Depois disso, entrei em contato com a Garmin pelo Facebook. Por lá eles foram mais ágeis e me disseram estar com o produto desde o dia 21/11 (o que batia com o rastreamento dos Correios que, diga-se de passagem, não estava em greve). Também disseram que tinham até 21/12 para postar o produto de volta:

Screen Shot 2016-01-04 at 12.31.21 PM

Minha resposta ao atendente Elton, já devidamente dotada de um grau de raiva que deixaria Satanás com inveja:

Screen Shot 2016-01-04 at 12.22.43 PM

Nada de retorno prático. Esperei mais e, no dia 30, o status finalmente mudou para “em reparo”.

A proposta indecente

Dezembro começou e os dias foram se somando. De vez em quando eu entrava no portal para averiguar o status: nada.

Cheguei a perguntar se eu poderia deixar o relógio com eles e pagar a diferença para comprar o Fenix 3, um pouco mais caro e, ao menos de acordo com os reviews na Web, com qualidade maior. Tive uma resposta meio indecente: eles ficariam com o relógio e me dariam um cupom de 20% de desconto na compra de um novo. Fantástico, não?

Obviamente desconsiderei. E esperei.

Eis que, no dia da postagem de volta…

No dia 21/12, data que o atendimento da Garmin no Facebook me garantiu que o relógio seria postado de volta para mim, entrei em contato novamente. Adivinha?

Segundo eles, o reparo só se iniciou em 30/11 e eles tinham até 30/12 para me mandar de volta! Fantástico, não? Ou seja: a minha hipótese deles postergarem a mudança de status para ganhar um tempo a mais, enganando o consumidor, estava devidamente comprovada.

Screen Shot 2016-01-04 at 12.34.22 PM

Novamente, contei até 10 e fui ao Facebook. De início, eles reforçaram a mentira de que haviam recebido o produto no dia 30. Quando mandei os anexos deles mesmos dizendo que estavam com o relógio no dia 21, a coisa mudou de figura. Pelo menos em teoria.

Resposta que tive do Facebook da Garmin:

Screen Shot 2016-01-04 at 12.37.14 PM

Entre um e outro passo, postei também reclamação no ReclameAqui e só não fui ao PROCON porque, depois da ameaça, eles me responderam que estariam trocando por um novo naquele dia.

Mas… adivinha só?

Apesar do status ter mudado para “preparando para envio” em 22/12, o portal de reparos estava assim hoje (04/01):

Screen Shot 2016-01-04 at 12.39.04 PM

Em outras palavras: o relógio AINDA NÃO FOI SEQUER POSTADO!

E a resposta deles hoje, segunda-feira, 04/01?

Screen Shot 2016-01-04 at 1.30.14 PM

Isso significa que se eles cumprirem o novo prazo, terão postado o relógio de volta para mim com 20 dias de atraso, somando 50 dias contados a partir do momento em que eles receberam o produto!

Dá para acreditar nessa bagunça toda?

Não.

Como também não dá para pensar em comprar mais nada da Garmin. De que adianta lançar produtos se a empresa não tem um mínimo de infra para prestar suportes básicos ao consumidor.

Isso sem contar o óbvio: os dois produtos que comprei (Forerunner 620 e Fenix 2) estavam “quebrados”, demandando suporte/ garantia. Isso também ajuda a comprovar que qualidade de produto em si não é o forte deles.

Deveria ter ido de Suunto desde o início. Taí uma economia que me saiu muito, muito cara.

 

El Cruce: O que é fornecido e o que precisamos levar de equipamentos obrigatórios

O site deixa dúvidas: dependendo do idioma, as informações sobre o que devemos levar e o que será fornecido pela organização são inclusive contraditórias. Mas nada que não seja facilmente resolvido: eles mesmos fazem alguns plantões no Facebook onde se pode perguntar o que quiser e ter a resposta na hora. Aliás, a organização do El Cruce, ao menos até agora, é muito perto da perfeição. 

Bom… vamos então a uma atualização de equipamentos obrigatórios:

  • Camiseta de prova: Fornecida pela organização
  • Número de competidor e chip: Fornecidos pela organização
  • Mochila de hidratação: Deve ser levado
  • Casaco impermeável: Deve ser levado
  • Camiseta manga longa (ou remera): Fornecida pela organização
  • Polar (jaqueta): Fornecida pela organização
  • Gorro: Deve ser levado
  • Mochila resistente à água para os acampamentos: Fornecida pela organização
  • Cobertor de sobrevivência: Fornecido pela organização
  • Bivac ou vivisac: Deve ser levado

Por essa lista, me resta apenas o gorro e um casaco impermeável decente. No mais, agora é fazer um checklist dos itens recomendados.

    

El Cruce: Equipamentos obrigatórios e o Bivac

A lista de equipamentos obrigatórios do Cruce é um pouco diferente do que estou habituado. Faz sentido: será a minha primeira prova em etapas, com dois acampamentos nos três dias. 

O ponto positivo é que a prova não é totalmente autosuficiente como a Marathon de Sables: muita coisa (como comida para os três dias) será providenciada pela organização. 

Ainda assim, a lista de equipamentos inclui: 

Itens obrigatórios:

  • Camiseta de prova (fornecida pela organização)
  • Número de competidor e chip (fornecidos pela organização)
  • Mochila de hidratação
  • Casaco impermeável
  • Camiseta de manga longa
  • Polar ou micro polar (que deduzo que seja um GPS tipo Garmin ou Suunto)
  • Gorro
  • Cobertor de sobrevivência
  • Manta de sobrevivência
  • Bivac ou vivisac

Itens recomendados: 

  • Trekking poles
  • Talheres
  • Headlamp
  • Toalha
  • Saco de dormir
  • Colchão inflável (que não pretendo levar)

Não vou mentir que alguns equipamentos ainda são um mistério para mim – como a diferença de cobertor e manta de emergência. Mas, com o tempo, vou decifrando cada um deles. 

Também estava na dúvida quanto ao bivac ou vivisac ou bivouac: não fazia a mais pálida ideia do que seria esse treco. Descobri: uma espécie de saco de dormir ultra portátil e térmico para ser utilizado em casos de emergência na montanha. 

Minha primeira dúvida: como diabos carregarei isso na mochila de hidratação? A segunda: quanto vou gastar com esse treco? 

Ainda bem que as duas respostas foram positivas. 

Fuçando na Web, encontrei um “Emergency Bivvy” da marca SOL. Se é maravilhoso, não sei: mas é minúsculo, como pode ser visto na imagem abaixo, e barato. Comprei diretamente na Amazon e, incluindo impostos e o frete até o Brasil, ele me custou US$ 44. 

Chegou em menos de uma semana! 

Com isso, o primeiro item misterioso já está devidamente adquirido. 

  

  

   
 

El Cruce: Hora de comprar uma nova mochila de hidratação

Me dei bem, muito bem, com a mochila de hidratação Quechua Raid Trail 10L. Para trilhas mais rápidas, onde não se precisa levar tanta coisa e sem a necessidade de trekking poles, eu arriscaria dizer que ela é perfeita: leve, prática, durável e acessível. 

Curiosamente, ela substituiu uma mochila mega cara da Salomon que comprei em um arroubo de ansiedade e que em nada me serviu: as alças eram tão espessas que, depois de 1 horinha na rua, meus peitos estavam já em carne viva e escorrendo aquele agonizante fio de sangue pela camisa. Nas trilhas, nem sempre o barato sai caro: às vezes o caro é que saí caríssimo. 

Só que havia dois probemas com a Raid Trail (tanto nas versões de 10 quanto de 12L): a falta de compartimentos mais práticos e de suportes melhores para prender os poles. E isso, dependendo do percurso, é bem importante.

Assim, movido por um review do Jósa lá no EndorfineSe, fui na Decathlon comprar a MT10. 

Confesso que, de primeira, fiquei mais seduzido pela MT5: menor, super compacta e mega, mega prática. Só que, lá no Cruce, a quantidade de “coisas” que terei que levar na mochila é tamanha que preferi pecar pela segurança. 

E, assim, por R$ 299,00, trouxe comigo para casa a Quéchua MT10L. 

Ainda não a testei mas, apesar dela parecer meio grande demais e desengonçada, os reviews na Internet foram suficiente para me convencer. Há um mundo de compartimentos, zípers práticos, teias externas para se prender os poles e bolsa de hidratação de 2L, volume que considero ideal para trilhas maiores. 

Agora é testar e torcer para que ela realmente seja o modelo ideal!

  

Traduzido pelos títulos no Strava

Sempre que termino um treino, a primeira coisa que faço é salvá-lo no Strava e batizá-lo com algum nome prático. Isso pode parecer ridículo – e talvez até seja mesmo – mas o título dado a uma corrida costuma resumir perfeitamente tudo o que aconteceu no conjunto de horas que passei imerso nas trilhas e ruas. 

Há títulos de todos os tipos – da mesma forma que as corridas, claro. 

Quando estou simplesmente encantado com o calor e o céu azul, o treino se chama ‘Não há nada melhor que o sol’. No final, foi o sentimento que restou depois de ter cumprido o percurso – e, portanto, o que merecia ser registrado. 

No mesmo espírito, uma corrida de fim da tarde em hora de rush vira ‘Atirando na noite por entre barreiras de pessoas’. 

Pelas dunas desertas e desérticas do Ceará? ‘Abundantemente só’. 

Cortando bairros exoticamente diferentes em São Paulo? ‘É sempre possível atravessar o tempo nas grandes cidades’. 

E assim por diante. 

E sabe onde isso pode ser importante? Ler o conjunto de títulos dados a treinos sequenciais acaba sempre traduzindo um estado maior do corpo que tendemos a esquecer poucos minutos depois de voltarmos para casa. 

Olhei os meus últimos treinos: o Strava não mente. 

14/11 (1 semana depois dos 100K da Indomit): ‘Voltando’.

15/11: ‘Fluidez.’

17/11: ‘Normal’

20/11: ‘Ainda um pouco enferrujado’

21/11: ‘Aargh!’

A leitura é óbvia. Sim, retornar de uma grande ultra, qualquer que seja, sempre gera aquela sensação de orgulho, de superação. Dá outro sentido ao esporte e gera um tipo de autoconhecimento mais denso e bem, bem diferente do tradicional. Só que, da mesma forma que durante uma corrida, mente e corpo nem sempre ficam em sintonia.

Nos últimos 3 dias saí do ‘normal’ para a sensação de ‘ferrugem no corpo’ para a pura dor (‘Aargh!’) durante um treino. Ladeira abaixo, em outras palavras. 

Talvez seja o momento de dar mais tempo ao tempo, forçar menos o corpo para recuperar o mo-jo e ficar mais inteiro do que estou. 

Obrigado, Strava.  

  

Testando o UltraTrac mode no Garmin Fenix 2

Bateria sempre – SEMPRE – é um item importante para quem corre ultras. E sim: ultras na estrada, como Comrades, nem precisam exatamente de um relógio com GPS: é só ver a hora, as placas de tempo e seguir em frente.

O negócio começa a pegar mais mesmo em trilhas, principalmente quando provas longas nos deixam correndo em isolamento por horas a fio. Em situações assim, basta um minuto de desatenção e pronto: nos perdemos.

Onde o GPS entra nisso? Os mais preparados tem funções como o “TrackBack”, que exibe o mapa do caminho feito até o momento no visor e indica um percurso de volta. Não foram poucos os corredores “salvos” por essa funcionalidade, aliás.

E aí voltamos ao ponto principal: a bateria. Dificilmente alguém se perde nas montanhas nas primeiras horas, quando os sentidos estão aguçados e há mais corredores próximos. Nos perdemos horas adentro da prova – e é então que relógios com GPS ajudam.

Já testei o TrackBack do Garmin Fenix 2 e ele funciona perfeitamente bem. A bateria normal também segura fácil umas 14 ou 16 horas.

Mas e para provas de 18, 20 ou mais horas? Nesse caso, a única opção é usar a função de UltraTrack, que permite ajustar o tempo de atualização do posicionamento via GPS para garantir maior durabilidade de bateria. 

Segundo a Garmin, a regra é: para 20 horas de vida com GPS rastreando a atividade, o intervalo de atualização deve ser de 15 segundos; para 24 horas, de 20 segundos.

Bom… Saí para testar a eficácia de intervalos de 15 segundos de atualização. O resultado: péssimo. Os 5km que rodei foram interpretados como 3 e o percurso em si parece ter sido desenhado por uma criança de 2 anos. Ok: a bateria até pode durar mais… Mas com que intuito, se isso ocorre às custas de um rastreamento mais impreciso que uma bússola na Groenlândia?

Função UltraTrack, portanto, reprovada. Para provas longas, o caminho é mesmo usar as 15 ou pouco mais horas de bateria no modo normal e torcer para não se perder daí em diante!