Relatório da organização sobre a Ultra Estrada Real

Ontem à tarde, recebi do André Zumzum um relatório completíssimo sobre tudo o que ocorreu nos bastidores da ultra. Como a prova inteira foi tomada por um clima de colaboração sem igual, decidi postar aqui no blog para que todos pudessem compartilhar um pouco da visão de quem estava em um papel misto de testemunha e, claro, protagonista. 

Segue abaixo:

Nem sei por onde começar, não sei do começo, do meio ou do final, todos os começos são fenomenais, inesquecíveis e tinham em si um brilho único. Muitos dos que vão ler pouco me conhecem, então digo logo, não sigo muitos padrões, e até gosto de não segui-los, não que não siga as regras, afinal, nem sei de regras eu falo.

Começando do final, confesso que fiquei muito agradecido e feliz com a Ultra Estrada Real, foi fantástico, resumindo tudo, tínhamos um bando de loucos, uns com experiência, outros sem, afim de correr um trecho da estrada real de 88 km. Até momentos antes da largada não tínhamos nada pronto, e em minutos, nos organizamos de tal forma que o evento foi um sucesso. No apoio, em sua maioria, de pessoas que nunca antes haviam feito nada do tipo, mas que estavam dispostas a fazer o que foram fazer, serem voluntários, e assim como diz um velho ditado, nada é mais forte que um coração de voluntário.

A largada as 5h30m foi uma acertiva enorme, assim como a duração do evento, 16 horas, horário dos últimos concluintes, que foram demais, mesmo com uma enorme pressão para que desistissem, continuaram, e assim fui com eles ate o meu final, o trevo de Mariana, o ultimo local de apoio.

Tivemos alguns trechos com problemas, como a saída de Catas Altas, logo após a Lagoa, uma que tinha uma pontezinha de passagem única, algumas pessoas se perderam por ali, mas nada demais. Outro trecho, poucos quilômetros depois, na saída do asfalto, 5 pessoas se perderam, os de mais sorte, apenas 500 metros, mas alguns foram mais longe, 1,5 km, 5 km, 9 km e ate um com 15 km, esse ultimo me chamou muito a atenção, encantado pelo local, voltou a correr, era um dos primeiros,  e não desitiu.

Acho que nesses locais deveríamos ter dado um reforço na marcação do caminho, somente nesses trechos, de resto, o caminho estava muito bem marcado, e se guiar pelos marcos, é algo maravilhoso.

No final não gostei muito do trecho de Mariana a Ouro Preto, muito asfalto, transito intenso, e uma dificuldade imensa de dar apoio, justamente onde mais se precisava desse apoio, por bem , todos entenderam a dificuldade de dar apoio ali. E também no centro de Ouro Preto, que por conta do feriado, estava lotado, e a Policia Militar junto da Guarda Municipal dificultaram um pouco a nossa vida ali, não permitindo estacionar, mas depois de um chorinho, tudo resolvido. Não que fossem culpados, mas a cidade cheia, e associado de um pouco de descuido nosso, por não avisa-los com antecedência. 

Muitas pessoas sugeriram que o evento acabasse em Mariana, achei a ideia fantástica, e gostaria muito da opinião de vocês, mais tarde digo o porquê.

Voltando ao inicio, há um tempo atrás, recebi um convite da Zilma para ajuda-los em um evento, era como um treino, onde todos seriam auto-suficientes, algo como um Sallomon, mas a adesão de corredores foi aumentando, e chegamos a mais de 100 inscritos, nos empolgamos, e resolvemos que seria legal ter uma lembrança daquele momento, e pedimos  a um artesão que fizesse um marco, em pedra sabão, e quem desejasse ter bastava comprar, não era obrigatório. Depois foi a vez da van, muitas pessoas optaram por ficar em Ouro Preto, e assim necessitávamos de uma van que os levasse até a largada, e foi feito, fizemos uma lista de interessados, que logo chegou a 15 pessoas, uma van. Nessa hora, pedi a van que voltasse fechando o percurso, caso alguém passe mal, poderia ter na van, uma forma de ir embora. Outra assertiva, a van voltou com 3 pessoas. Não so por isso, tínhamos um motorista muito bacana e solidário com os atletas, uma paciência rara de se ver em motoristas profissionais, loucos com esse trânsito caótico.

Na semana do evento tinha uma folga e viajei, mas sabia, isso me deixaria louco, por mais que eu não era o responsável direto pelo evento havia me prontificado a ser a pessoa encarregada das cosias por aqui, e como sempre digo, não somos obrigados a falar nada, mas somos obrigados a cumprir com o que falamos. Mas não deu nada, apenas uma correria na hora de ir embora, mas normal, sempre é mais corrido a medida que a largada se aproxima.

Acho que agora chegamos ao meio dessa historia e na parte final dessa nota oficial carregada de opinões pessoais, afinal, a ultra foi bem isso mesmo, foi um evento que mais parecia uma confraternização, tudo conspirava a favor.

A parte do meio da historia, pode-se dizer que começa pela manhã do dia 4, foi terrível, era madrugada, eu dormia, quando o telefone tocou, era um atleta, havia perdido a van, e eu estava em Mariana, nada podia fazer, e claro, meu celular por alguma razão não carregou, quase morri, nada podia fazer, afinal, a prova começaria em instantes, não daria tempo de busca-los e votlar a tempo da largada. Mas graças a Deus deu tudo certo, eles tomaram a iniciativa de pegar um taxi e chegaram a tempo, e não era apenas uma pessoa, mas quatro. Mais tarde tudo foi resolvido. 

E foi chegada a hora da largada, pouco sabia sobre o caminho, mas era o suficiente, o pessoal que foi dar apoio ansioso para saber o que fazer os atletas querendo informações e eu no meio disso tudo, subi no carro, falei aos atletas, damos a largada, ora para o sentido errado, ora para o sentido certo, mas foi. Ao apoio pedi que esperassem e que fossem para Catas Altas, assim passaria parte da ansiedade, e com menos pessoas ficaria mais fácil ter um dialogo. Fiquei surpreso e feliz com a disposição deles em ajudar. Houve quem me perguntasse porque eu estava tão dedicado por aquele evento, se nem era o responsável por ele, a resposta foi na lata e bem simples, porque eu havia me comprometido com Ricardo e a Zilma, e faria o que fosse o certo a ser feito.

Eu também, não menos ansioso, não me aguentando, fui atrás deles, e logo descobri que faltavam alguns, foi ali que descobri que não tinha a menor ideia de quantas pessoas estavam participando, resolvi fazer então uma lista de chamada, que seria aferida toda vez que cruzasse pelo atleta, e foi assim, com essa lista que descobri rapidamente, que alguns atletas haviam se perdido no asfalto. Mas a lista me trouxe algo a mais, com ela aprendi o nome de todos os atletas, e me aproximei deles, criamos um laço, estreitamos relações, eles se sentiam queridos, protegidos e nos, mais calmos, afinal essa paz foi o sucesso da prova, todos se sentiam protegidos e amparados.

Enfim essa é o ultimo paragrafo, aquele momento de agradecimentos e de algumas palavras de esperança. Por isso gostaria de agradecer a todos que me ajudaram atletas e amigos, próximos e distantes. Aprendi muito com vocês podem ter certeza disso. No final restou uma pergunta no ar: Vai ter ano que vem? A resposta, sim.

Por favor, contribuam, digam o que pensam, opinem e nos ajude a melhorar sempre.

Lembrem-se o sucesso do evento se deve a vocês corredores, sem vocês não haveria nada, e se deu tudo certo, a maior parte do mérito foi de vocês que com muita paciência e carinho fizeram do caminho o que foi. 

Abraços

André Luis

diretor@caminhosderosa.com.br

  

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Ultra Estrada Real: Relato da prova

Estávamos em 65, já alinhados em Santa Bárbara, quando o relógio bateu 5:40 da manhã. Com os primeiros raios do sol, ainda tímidos, saímos.

O primeiro destino era a cidade de Catas Altas, 22km para frente em um trajeto relativamente plano e que, mesmo com uma pequena (e levíssima) trilha de 2k, foi vencido em pace rápido.

Pelo caminho, os olhos já começavam a colecionar memórias: correr ao lado de trilhos, cruzando colinas e passando por um aqueduto antigo, feito pelos escravos, foi algo incrível.

E seguimos e chegamos. Em Catas Altas, uma leve garoa aliviava o suor e encobria um pouco da majestosa Serra da Caraça, que rodeava a região. Subimos até a igreja matriz, um daqueles exemplares perfeitos da arquitetura colonial, e seguimos viagem até Santa Rita Durão.

Mais 18k em uma paisagem diferente, meio cinza, sempre acompanhada pela Caraça e abrindo vistas deslumbrantes a cada curva.

A partir daqui, nada mais de planos: o trajeto inteiro seria pontuado por subidas e descidas que ainda castigariam as pernas. Tudo bem: pernas castigadas, vistas abençoadas.

Em Santa Rita, outra cidadezinha incrível e extremamente bem conservada, mostrando aos forasteiros um pouco da alma de Minas Gerais. Entre goles de água e uma altimetria que começava a se mostrar intensa, chegamos a Camargos.

Outra pérola, como todas as que fizeram o caminho memorável. Não só elas, aliás: a organização dos voluntários foi impecável!

Havia van à frente, picape atrás fechando o percurso, tropas de bikes ajudando e hidratação e comida em todos os pontos. Apesar da rota inteira ser bem demarcada, alguns corredores se perderam – mas rapidamente esse staff os localizou, conferiu seus nomes em uma planilha e os colocou no caminho certo. Não cito nomes para não deixar a minha memória cometer nenhuma injustiça, mas boa parte do sucesso dessa ultra se deve ao suor desses herois!

E, enfim, de Camargos, subimos uma serra severa, quase sádica, até Mariana. Nesse ponto, comecei a me sentir mal, tendo me superhidratado por uma falha tática: já estava nos 57k e tinha tomado apenas água e em grande quantidade, tirando o equilíbrio de sódio do corpo. Para piorar, isso aconteceu justamente quando o sol decidiu nos castigar e quando as subidas foram piores.

Por sorte, estava com os amigos David, Dirceu e Ilza, que me deram um isotônico em pó e uma cápsula de sal. No caminho, encontrei também a van de apoio que me deu uma Coca. Bem… no total, foram 10km de estresse mas que sintetizaram o que é participar de uma ultra: há sempre os momentos mais “escuros” que passam com um pouco de paciência e conhecimento do próprio corpo – e sempre solidariedade nos corredores parceiros.

Em Mariana, já estava perfeito. As pernas e pés, é verdade, doíam – mas nada além do esperado.

De lá até Ouro Preto seria uma ladeira só de 12km pelo asfalto, subindo sem parar.

E subimos, agora também na companhia da Milva, que estava manuseando dois postos de apoio.

Intercalamos 30″ de trote com 30″ de caminhada, acendendo as headlamps para avisar aos carros que estávamos próximos.

A ladeira foi severa – mas a imagem do sol de fim de tarde queimando as colinas mineiras com as luzes de Ouro Preto iluminando a distância compensou.

Quando chegamos, o clima na cidade era só de festa: os moradores já estavam por dentro da prova e perguntavam, incrédulos, se realmente estávamos vindo de Santa Bárbara.

Viramos na Praça Tiradentes sob palmas e gritos: os outros corredores estavam em festa, celebrando o feito e congratulando a todos que chegavam.

Não há palavra melhor para descrever essa ultra: perfeita. Por 13h23 em seus 88km e quase 2 mil metros de subida acumulada.

Não sei se haverá nova edição, se essa prova se oficializará no calendário ou coisa do gênero. Mas sei que ver uma ideia postada há meses aqui no blog se materializar de forma tão impressionante e mágica foi inesquecível – assim como toda essa experiência de cruzar a história de Minas, atravessando caminhos de bandeirantes e escravos pelas veias por onde pulsou boa parte da economia colonial.

E, embora tantos tenham sido responsáveis pela realização desse sonho, há duas pessoas em especial que não posso deixar de agradecer: Zilma Rodrigues, que chegou 2 horas antes de mim e que agitou a organização pre-prova, e André Zumzum, que deu um show à parte na coordenação do apoio.

Agora é descansar por uns dias, aproveitando a sensação de realização que vem com as linhas de chegada de ultras, e iniciar uma nova preparação. Daqui a dois meses, afinal, tem mais 90k para fazer – e a ansiedade já está batendo forte!

certificado

Ultra Estrada Real: Trecho a Trecho (Trecho 5, final)

Hora de terminar a prova! A essa altura, a noite já deverá estar sobre as nossas cabeças (ou, pelo menos, chegando lá). Por outro lado, será o trecho mais curto e percorrido inteiramente sobre asfalto (embora quase todo em subida), na estrada efetiva que ainda hoje liga essas duas cidades.

Chegaremos enfim a Ouro Preto, finalizando a corrida na principal praça da cidade e comemorando essa viagem por um dos mais importantes períodos históricos do nosso país!

Trecho 5: 12km de Mariana a Ouro Preto

Todo o trajeto entre Mariana e Ouro Preto é feito por estrada asfaltada, o que requer uma maior atenção dos praticantes. No caminho, passa-se pela Mina da Passagem, parada obrigatória para conhecer a única mina de ouro do Brasil aberta para visitação.

O trecho termina na cidade de Ouro Preto, antiga capital de Minas Gerais. Ouro Preto une um elo de aprendizado entre o civismo e a História de Arte, reconhecido pela UNESCO como Monumento da Humanidade. Nesta esplêndida cidade, com seus magníficos casarões, belas ladeiras e muita história pra contar.

Atenção!! Neste trecho não tem marcos instalados!

Conteúdo extraído do site: http://www.estradareal.tur.br/caminhos-trechos_1_21

IMPORTANTE:

Faça download e leve consigo os mapas, perfis altimétricos e planilhas de navegação de toda a prova. O link direto para isso é https://rumoastrilhas.com/ultraestradareal/o-percurso/

Ponto no percurso:

trecho5

Ultra Estrada Real: Trecho a Trecho (Trecho 4)

Os menores povoados, pontos de descanso dos viajantes do século XVIII, já estão ficando para trás. Nesse trecho começamos a nos aproximar do primeiro grande centro, Mariana, uma das mais icônicas cidades do ciclo do ouro mineiro.

Trecho 4: 18km de Camargos a Mariana

O percurso é por estrada de terra que se encontra em boas condições, cercada por gramíneas e com um mar de morros no seu trecho inicial, sendo que, após alguns quilômetros, a mata circundante passa a ser bem densa e formada por árvores altas, deixando a estrada mais fechada e bonita. Porém, como um todo, ela pode ser caracterizada como plana de leves subidas.

O fim do percurso é na cidade Mariana, que já foi a primeira capital das capitanias de Minas e São Paulo, título que perdeu em 1740, para Ouro Preto devido sua maior importância econômica. A admirável cidade apresenta um acervo riquíssimo das mais belas obras do barroco mineiro.

Conteúdo extraído do site: http://www.estradareal.tur.br/caminhos-trechos_1_20

IMPORTANTE:

Faça download e leve consigo os mapas, perfis altimétricos e planilhas de navegação de toda a prova. O link direto para isso é https://rumoastrilhas.com/ultraestradareal/o-percurso/

Ponto no percurso:

trecho4

 

Ultra Estrada Real: Trecho a Trecho (Trecho 3)

Quase uma maratona depois, o cansaço certamente já começará a se fazer presente. O ponto positivo é que teremos também bebido vistas incríveis e já estaremos plenamente dentro do espírito da corrida como um todo, preparados para encarar o que vier para a frente.

Trecho 3: 18km de Santa Rita Durão a Camargos

De características bem marcantes, a estrada entre as cidades é boa, em grande parte plana, larga e com vegetação rasteira, sendo completada com algumas descidas e subidas leves, nada preocupante, sendo que, após Bento Rodrigues, a estrada passa a ser mais estreita e com subidas e descidas mais fortes.

Durante o caminho o viajante passa pelo povoado de Bento Rodrigues, que tem como um dos seus atrativos a igreja do Rosário, na qual apresenta um imponente altar todo construindo em madeira.

O fim do percurso é no pequeno vilarejo de Camargos, fundado em 1711, com a descoberta de um ribeirão aurífero. Possui uma igreja de chamar a atenção, com uma magnífica escadaria de acesso, além disso, devido a sua localização, no alto de um morro, possui uma vista de encher os olhos. 

Conteúdo extraído do site: http://www.estradareal.tur.br/caminhos-trechos_1_19

IMPORTANTE:

Faça download e leve consigo os mapas, perfis altimétricos e planilhas de navegação de toda a prova. O link direto para isso é https://rumoastrilhas.com/ultraestradareal/o-percurso/

Ponto no percurso:

trecho3

 

Ultra Estrada Real: Sobre passaportes e certificados

Muitos corredores tem me perguntado sobre a questão da retirada de passaportes e certificados. Bom… como correremos precisamente entra a Sexta-Feira Santa e a Páscoa, já era de se imaginar que nem todos os estabelecimentos funcionariam como em dias úteis normais.

Mas conseguimos algumas informações do Instituto Estrada Real que podem ajudar. Vamos lá:

Passaportes: 

Quem quiser o certificado de conclusão, como comentamos aqui, deve retirar o passaporte de peregrino da estrada mediante a doação de 1 quilo de alimento não perecível ou agasalho. Isso deve ser feito na sexta-feira, entre 15:00 e 18:00, na Praça Tiradentes, número 4 – Ouro Preto.

Se você não estiver em Ouro Preto nesse dia e hora, pode combinar com algum amigo que for lá. Falei agora há pouco com a Daniele Teixeira, do IER, que me confirmou que uma pessoa pode retirar o passaporte para outra. 

A propósito: os passaportes são nominais – todos os que se inscreveram já tem um aguardando em seus nomes, caso queiram.

Carimbos:

Para termos o certificado de conclusão, precisaremos de 3 carimbos de passagem. O último pode ser dado diretamente em Ouro Preto, na retirada do certificado – mas dois deles precisarão ser feitos ao longo da corrida. Esses carimbos poderão ser dados em 2 das cidades do caminho – Catas Altas e Mariana. Abaixo estão os endereços de cada um dos pontos:

Em Catas Altas: 

  • Centro de Atendimento ao Turista: Rua Monsenhor Mendes, 26 – Casa da Cultura (das 8 às 17, mas fecha para o almoço). Contato local: Márcia Martins, no 31-3660-2003
  • Pousada Ecopousada Escarpas do Caraça: Rua Melquíades Leandro, 1050 – Santa Quitéria (24 horas). Contato local: Alouad/ Cida Saad, nos telefones 31-8397-4654 e 31-3832-7473

Em Mariana:

  • Centro de Atendimento ao Turista: Rua Direita, 91/ 93 (das 8 às 18:30). Contato local: Érica Chaves, no 31-3558-2314/ 1062
  • Pousada Contos de Minas: Rua Zizinha Camello, 15 – Centro (24 horas). Contato local: Beatriz, no 31-3558-5400.
  • Pizzaria Dom Silvério: Rua Salomão Ibrahim da Silva, 78 (das 18:30 à 0:00). Contato local: Érica, no 31-3557-2475.

Importante: Há mais do que um ponto nas duas cidades, todos próximos ao caminho – mas apenas um carimbo por cidade será aceito. 

Certificados:

Da mesma forma que os passaportes, os certificados também podem ser retirados por terceiros. O IER não exigiu nada, mas recomendo levar ao menos uma foto do corredor em Ouro Preto, nem que seja digital, no celular, para provar que ele efetivamente esteve lá.

A retirada poderá ser feita entre 9:00 e 11:00 no mesmo local que os passaportes foram emitidos – na Praça Tiradentes, número 4.

É isso aí! Está chegando a hora :-)

passaporte

Ultra Estrada Real: Trecho a Trecho (Trecho 2)

Já chegaremos aquecidos depois de pouco mais de uma meia maratona com uma vista incrível sempre nos acompanhando. Será hora de partir para o segundo trecho.

Trecho 2: 18km de Catas Altas a Santa Rita Durão

De uma bela singularidade, o percurso entre Catas Altas e Santa Rita Durão pode ser dividido em dois momentos. O primeiro é realizado em uma estrada de terra conhecida como “Trilha Parque”, possuindo boas condições e grande parte de seu percurso é plano, facilitando a passagem de diferentes meios de transporte ou mesmo a pé. Já na segunda parte, o viajante se depara com o povoado de Morro d’ Água Quente e até Santa Rita Durão o trajeto passa a ser por uma estrada construída em cima de uma montanha de minério de subidas e descidas, porém não impede o acesso dos praticantes, mesmo sendo a cavalo ou de bicicleta. 

O arraial de Morro d’ Água Quente não apresenta infra-estrutura turística, porém a curiosidade de seu nome, surgido devido às fontes termais que existiam da região, destruídas pelas escavações do ouro, já valem a visita.

Ainda no caminho entre Morro d’Água Quente e Santa Rita Durão, o viajante passa pelo aterro sanitário da região, que já ganhou alguns prêmios por ser exemplo e servir de modelo a outros devido a suas condições ecologicamente responsáveis. Neste ponto também é possível avistar o Pico do Baiano, localizado na Serra de Catas Altas, e que abriga locais para a prática de escalada e outros esportes radicais.

Ao final, o turista chega a Santa Rita Durão, terra do poeta Frei José de Santa Rita Durão. A cidade foi fundada em 1702, e guarda o aspecto pacato das cidades do interior mineiro, além de contar com belos exemplares da arquitetura colonial, como a Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que foi restaurada pelo IPHAN.

Conteúdo extraído do site: http://www.estradareal.tur.br/caminhos-trechos_1_18

IMPORTANTE:

Faça download e leve consigo os mapas, perfis altimétricos e planilhas de navegação de toda a prova. O link direto para isso é https://rumoastrilhas.com/ultraestradareal/o-percurso/

Ponto no percurso:

trecho2

Ultra Estrada Real: Trecho a Trecho (Trecho 1)

Nada melhor do que mergulhar no percurso de uma ultra antes de corrê-lo, cozinhando a ansiedade e ficando deixando o espírito mais preparado para o desafio. Por conta disso, farei aqui uma série de 5 posts sobre cada trecho ao longo desta semana – de segunda a sexta, véspera da largada.

Na Estrada Real, correremos uma parte do Caminho dos Diamantes, que passou a ter relevância depois de 1729, quando as pedras preciosas de Diamantina se tornaram importantes para a economia colonial. O caminho inteiro inclui 395km pela Serra do Espinhaço – mas “faremos apenas” 88km dele (em minha opinião, o trecho mais belo de todos).

Trecho 1 (22km de Santa Bárbara a Catas Altas)

Tratando-se de um trecho relativamente plano, o caminho entre Santa Bárbara e Catas Altas oferece muitas opções e curiosidades ao turista que deve sempre estar atento para não se perder, pois há muitos desvios.  

A paisagem do percurso se revela muito bonita, sendo que, em alguns trechos, a vista da Serra do Caraça, ao fundo, é a beleza mais característica. Em determinado local o viajante terá que passar por dentro de uma fazenda, terminando o percurso debaixo de um túnel da linha férrea, e que, logo depois, deverá ser continuado seguindo os trilhos.

No marco 505 é obrigatória uma parada para apreciar o Bicame de Pedra, que é um aqueduto construído pelos escravos em 1792, de 4 metros de altura, onde suas pedras foram postas sob pressão, sem qualquer tipo de concreto, sobre o qual corria água para abastecer as antigas fazendas da região.

O trecho chega ao fim na cidade de Catas Altas, que foi fundada em 1703, a partir da vinda de bandeirantes em busca do ouro e pedras preciosas. Com o esgotamento das minas a cidade viu a sua economia entrar em decadência, até o naturalista Sainte Hilaire sugerir a substituição da exploração do ouro por ferro, que é abundante na região, reerguendo o status local. A cidade abriga um dos mais harmoniosos conjuntos arquitetura colonial mineira, integrado por igrejas e casarões complementados, ao fundo, pela magnífica Serra do Caraça. Catas Altas oferece infra-estrutura turística.

Conteúdo extraído do site http://www.estradareal.tur.br/caminhos-trechos_1_17

Esse será o único trecho de todo o percurso com trilha – uma relativamente pequena, de 2km. O restante será inteiramente percorrido em estrada de terra.

Devemos começar ainda no escuro, às 5:30, então aconselho a todos que levem lanternas (headlamps)!

IMPORTANTE:

Faça download e leve consigo os mapas, perfis altimétricos e planilhas de navegação de toda a prova. O link direto para isso é https://rumoastrilhas.com/ultraestradareal/o-percurso/

Ponto no percurso:

trecho1

Checkpoint: No caminho certo

Eu tinha uma meta bem prática essa semana: me sentir “zerado”, com pernas frescas e motivação alta.

A motivação está transbordando – mas não sei se as pernas estão assim tão frescas quanto eu gostaria. Às vezes, no entanto, bate aquela sensação de que, embora nem tudo tenha saído como planejado, o caminho está corretíssimo.

Primeiro, porque consegui me definir quanto a todo o preparo para a largada lá em Minas, na semana que vem: equipamento, nutrição e força de vontade estão perfeitamente equacionados.

E, segundo, porque ignorei um pouco a planilha esta semana e bati os 70km rodados – algo que pode até parecer pouco quando comparado a tempos de outros corredores de ultra ou mesmo aos meus marcos no ano passado mas que, dado o “vale escuro” de onde estou saindo, é perfeito.

Aliás, considerando que tem 90km para rodar daqui a 6 dias, esse volume até que está bem razoável, principalmente quando se leva em conta também que o pace médio está ali, sólido, suavemente mais lento do que os meus ritmos mais intensos mas bem mais confortável e consistente.

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Uma fadiga ainda persiste nas pernas, principalmente em subidas, mas acredito que isso desapareça com a variação do treino da semana que vem (essencialmente composto de muito descanso e alguns tiros curtos) e, talvez, um Flanax para forçar um alívio maior.

A essa altura, há pouco que pode ser feito para melhorar qualquer que seja a condição – o que não é exatamente um problema. Como disse, o caminho em si está certo e agora é confiar e correr.

Conclusões do último longo antes da ultra

Hoje foi um daqueles dias importantes em um treinamento: o último longo antes da largada que, agora, está a menos de uma semaninha de distância.

Minhas principais preocupações eram preparo nutricional (por conta da dieta low carb), cansaço físico e equipamento.

Ponto 1: nutricionalmente, nada poderia estar melhor. Saí de jejum para a corrida (leve) de 2h15 e nem me lembrei de qualquer sensação próxima de fome. Ao contrário, foi como se ficasse mais forte na medida em que o tempo passasse – algo que parece um contrasenso mas que tem a sua lógica. Com o tempo, afinal, o organismo vai ficando mais hábil na conversão de gordura em energia.

A única coisa que me chamou a atenção negativamente foi a sede. Não sei se porque o corpo está retendo menos líquido, mas o fato é que a sensação de sede foi constante. Enfim, aparentemente será algo que precisarei lidar.

Ponto 2: o cansaço físico está mais vinculado aos erros de treino que cometi. Comecei com intensidade demais, atingi meu pico um mês antes do que deveria e passei as últimas semanas forçando uma espécie de “tapering” antecipado seguido de uma escalada gradual em volume. Em outras palavras, estou tentando reparar um estrago que culminou em uma exaustão total há 30 dias. 

Há, claro, aquela insegurança pela redução brusca na quilometragem semanal – algo que faz a mente temer a visão de qualquer ultra. Mas isso é algo que terei que lidar lá, na semana que vem. 

Do ponto de vista de fadiga, as pernas estão melhores e senti um cansaço além do esperado em subidas mais íngremes. Nos últimos km ainda fiquei com as panturrilhas mais pesadas – o que acabou passando depois que mudei o foco e deixei o pensamento voar por frugalidades além da corrida.

De zero a 10, nota 7. Ainda tenho uma semana de ajuste e espero aproveitá-la bem, mesclando treinos com algum descanso. Pouco: a essa altura, estou com a nítida sensação que, se foi o excesso de treino que me derrubou no mês passado, agora pode ser o excesso de descanso que está impedindo uma recuperação mais rápida.

Ponto 3: o equipamento em si sempre é uma preocupação, principalmente em uma ultra meio autosuficiente, onde se deve contar apenas com um apoio mínimo.

Minha mochila é nova, uma RaidTrail de 10L da Quechua. Aguenta 2 litros de água, quantidade que considero ideal, com algum espaço para coisas extras (bateria de telefone adicional, cobertor térmico, pacotes de nozes etc.). 

O único problema é que esse modelo não tem cinto na parte de baixo, o que faz o volume inteiro balançar um pouco. Mas tudo bem: é facilmente administrável. Não vejo problemas aí.

Com o tênis, por outro lado, a questão foi outra. Originalmente usaria um Salomon Sense Ultra, perfeito para trilhas. O problema: o cabedal é muito duro, prendendo os dedos. Na última ultra que fiz, em janeiro, ele foi responsável por evitar muitos escorregões – mas gerou duas bolhas e me fez perder duas unhas.

A opção é um Merrell Ultra, relativamente novo, feito para longas distâncias no asfalto. É a marca que mais curto pela leveza, falta de drop, tamanho do cabedal e resistência. O lado ruim: ele não é exatamente feito para trilhas.

O que fazer então? Bom… como o Merrell está novo, com o solado Vibram praticamente intacto, vou confiar na sua capacidade de grip e optar pelo conforto que proporciona. Como a Estrada Real não deve ter muitas trilhas técnicas (e mais estradas de terra), creio ser uma opção perfeita.

Resumo da ópera, portanto: nutrição perfeita, físico quase lá e equipamento definido.

Tudo a caminho para a Ultra Estrada Real!