Quando se está correndo solto por trilhas e montanhas, dificilmente se olha para o relógio em busca de intervalados bem feitos ou tiros. Busca-se apenas aproveitar paisagens únicas e a experiência de se sentir parte de algo muito maior do que tempos e asfaltos podem proporcionar.
Quando o período nas montanhas é grande, esse desprendimento rapidamente vira uma espécie de hábito. Lá nas subidas, correr e caminhar se alternam de maneira absolutamente simbiótica e sem preconceito: caça-se vistas geradas pela altimetria e não quilômetros gerados pelo asfalto plano.
Corrida, no entanto, não é caminhada – são esportes diferentes, com efeitos diferentes no corpo e na cabeça.
Estou descobrindo isso agora. Hoje, mais precisamente, depois de voltar da minha primeira sessão pós-Andes lá no Ibirapuera.
Em tese, uma sessão de dificuldade média: duas séries de progressão incluindo, cada uma, 2′ em zona azul, 3′ em verde, 4′ em amarelo e 5′ em vermelho.
Os 15 minutos de aquecimento inicial já foram meio difíceis, soltando a musculatura das pernas. Mas, depois disso, desafiar o ímpeto irrealmente natural de caminhar ao invés de acelerar foi difícil.
A cada esquina ou mini subida o corpo baixava a marcha por conta própria – e eu forçava nova aceleração; meu ritmo, ao invés de subir até pela falta do peso extra da mochila de hidratação, permanecia teimosamente igual; e o cansaço era decididamente maior que qualquer subida do Cerro Bayo, Belvedere, Inacayal ou Arrayanes.
Os 10 dias nas montanhas me inspiraram como poucas coisas antes – mas também me deixaram mais lento.
Essa volta à rotina será focada na recuperação de performance – pelo menos em níveis mais aceitáveis.
Nossa…
Parabéns
Vc é simplesmente demais
Tô adorando ler tudo
força e Abraços
Lilian, fiquei até vermelho agora :-)
Obrigado pelas palavras e que bom que está curtindo!!