Se alguém aí estiver pensando em ir ao Cruce no ano que vem, veja os vídeos abaixo.
É uma das experiências mais sensacionais que existe.
Se alguém aí estiver pensando em ir ao Cruce no ano que vem, veja os vídeos abaixo.
É uma das experiências mais sensacionais que existe.
Tá… estamos em abril, ainda tenho toda uma Comrades pela frente e sei que o segundo semestre, do ponto de vista de planejamento de corrida, está MUITO distante.
Mas isso não significa que não possa pelo menos começar a rascunhar alguns dos planos.
Pois bem… na minha lista de desejos, uma das coisas que está começando a gritar por atenção é fazer alguma corrida de 100km. Sim, sei que 100 é só um número… mas, ainda assim (e talvez por isso mesmo) é também um marco que gostaria muito de alcançar.
Em uma pesquisa rápida feita na Web, achei apenas uma prova aqui no Brasil: a Morretes-Guaraqueçaba, lá no Paraná, que totaliza 105km no comecinho de agosto. Fora do Brasil (mas ainda nas proximidades) há a Ultra Trail Torres del Paine, na Patagônia Chilena – mas temo ser muito fora de mão para mim nessa época.
Esse é o principal “pro” a favor da Morretes-Guaraqueçaba: é perto, acessível e em um mês relativamente calmo para mim. Há mais coisas a favor: o percurso inteiro é pouco técnico, praticamente feito de estradas de terra, bem no estilo que eu curto.
O negativo é a falta de belezas naturais, pelo menos nos vídeos que eles disponibilizam no site. Tudo parece meio “sem graça”, com poucos atrativos. Seria o tipo de prova que iria mais pelo desafio e meta de fechar 100km do que qualquer outra coisa.
Tenho mais algum tempo para decidir… mas, ao que tudo indica, estou bem perto de confirmar a participação e dar um “check” em mais um item da minha lista!
Quando se está correndo solto por trilhas e montanhas, dificilmente se olha para o relógio em busca de intervalados bem feitos ou tiros. Busca-se apenas aproveitar paisagens únicas e a experiência de se sentir parte de algo muito maior do que tempos e asfaltos podem proporcionar.
Quando o período nas montanhas é grande, esse desprendimento rapidamente vira uma espécie de hábito. Lá nas subidas, correr e caminhar se alternam de maneira absolutamente simbiótica e sem preconceito: caça-se vistas geradas pela altimetria e não quilômetros gerados pelo asfalto plano.
Corrida, no entanto, não é caminhada – são esportes diferentes, com efeitos diferentes no corpo e na cabeça.
Estou descobrindo isso agora. Hoje, mais precisamente, depois de voltar da minha primeira sessão pós-Andes lá no Ibirapuera.
Em tese, uma sessão de dificuldade média: duas séries de progressão incluindo, cada uma, 2′ em zona azul, 3′ em verde, 4′ em amarelo e 5′ em vermelho.
Os 15 minutos de aquecimento inicial já foram meio difíceis, soltando a musculatura das pernas. Mas, depois disso, desafiar o ímpeto irrealmente natural de caminhar ao invés de acelerar foi difícil.
A cada esquina ou mini subida o corpo baixava a marcha por conta própria – e eu forçava nova aceleração; meu ritmo, ao invés de subir até pela falta do peso extra da mochila de hidratação, permanecia teimosamente igual; e o cansaço era decididamente maior que qualquer subida do Cerro Bayo, Belvedere, Inacayal ou Arrayanes.
Os 10 dias nas montanhas me inspiraram como poucas coisas antes – mas também me deixaram mais lento.
Essa volta à rotina será focada na recuperação de performance – pelo menos em níveis mais aceitáveis.
Dentre todas as semanas – provavelmente desde que comecei a me preparar para a Comrades, ainda no ano passado – essa foi a que a exaustão mais apareceu. Não pelo esforço físico em si: este realmente ficou em um distante segundo plano. Mas o trabalho foi tão intenso, tão além do humanamente plausível, que seus efeitos se alastraram pelas outras esferas do cotidiano.
Por conta disso, perdi um treino – que, embora leve, foi tempo na rua desperdiçado. Por conta disso, enfrentar o longão ontem foi cansativo ao ponto de fazê-lo um pouco chato, “desempolgante”. Por conta disso, todos os meus indicadores pessoais, que podem ser vistos nos gráficos abaixo, caíram.
Mas, enfim, faz parte. Não somos máquinas, afinal.
Hoje, no entanto, decidi fazer algo diferente para recuperar a energia: ser acordado pelo fim do sono (e não pelo despertador). Nada de madrugar: se não conseguisse me recompor, em poucos dias certamente desabaria com alguma lesão, gripe ou qualquer coisa que costuma vir com excesso de estresse. E não é que deu (muito) certo?
Descansado, saí mais leve para o trote do domingo. Apenas com a rua, o céu azul que iluminou Sampa, a temperatura amena e música: tem coisa melhor?
Tem: o resultado de se ouvir o corpo. Curiosamente, a energia que estava escondida, tímida, pareceu dar as caras. Desisti do trote programado e fiz uma tempo só para animar um pouco, para deixar as pernas acompanharem a vontade. E assim foram mais ou menos 40 minutos a um ritmo de 4’40″/km que pareceram tão leves que cheguei a questionar se o relógio estava correto!
Estava sentindo falta – muita falta – de ter uma corrida assim. Descompromissada mas intensa, solta mas absolutamente satisfatória.
Para a semana que vem, o ritmo deve apertar e a volumetria subir – mas o trabalho deve ser, senão light, pelo menos bem mais leve do que essa última semana. Pelo menos é o que espero!