Ontem era para ser um dia light – ao menos em tese.
Mas o problema de estar em um paraíso como os Lagos Andinos é que a tentação de ignorar dores musculares e lógica e simplesmente continuar correndo é maior do que qualquer coisa.
E, assim, já nos primeiros passos da Ruta 40, em um trecho da Rota dos 7 Lagos, me esqueci completamente do tempo e dos planos. De um lado, paredões rochosos revezavam com florestas de pinheiros; de outro, lagos espelhados se estendiam para além da vista.
Uma pequena batalha acontecia no céu, com o sol querendo sair e sendo impedido por nuvens que enviavam uma garoa fina, fria e cortante. Estava frio, aliás – mas nada que atrapalhasse a paisagem.
Onde dava, eu ignorava a estrada e seguia pelas trilhas paralelas; em outros, eu apenas me focava nas laterais. Me estendi 7km além do planejado, fazendo ainda uma entrada pela margem que ainda não conhecia do Rio Correntoso. Excelente ideia: uma água cristalina abria caminho para uma paisagem tão dramática que cheguei a imaginar que estivesse sonhando ou preso dentro de uma tela impressionista.
Não estava – e a realidade fazia tudo ficar ainda mais incrível.
Depois de pouco mais de 2 horas, acabei tomando coragem e voltando ao hotel. O dia já reinava pleno, e todo um roteiro turístico me aguardava.
Tudo bem: rodar pela região dos 7 lagos apenas fez crescer a ansiedade pela corrida do dia seguinte, em novos e inexplorados terrenos.