Se alguém aí estiver pensando em ir ao Cruce no ano que vem, veja os vídeos abaixo.
É uma das experiências mais sensacionais que existe.
Se alguém aí estiver pensando em ir ao Cruce no ano que vem, veja os vídeos abaixo.
É uma das experiências mais sensacionais que existe.
Quem acompanha o blog sabe que nunca me dei muito bem com o tapering – aquela fase final de preparo para uma prova em que se diminui drasticamente o volume de treino para recuperar a musculatura.
Em todas as vezes que tentei seguir o “livro de receitas” o resultado foi o mesmo: dores fantasma começaram a brotar pelo corpo com uma intensidade insana, atrapalhando as largadas mais do que qualquer cansaço. Isso sem contar com gripes, ansiedade e tudo mais. Histeria pura? Pode ser – mas que diferença faz ter um diagnóstico se o resultado não mudará?
Em todos esses ajustes finais, o melhor modelo para mim foi fazer o inverso do que costuma ser pregado: diminuir o volume cerca de um mês antes e depois voltar a subir gradativamente, como se a prova fosse o pico do treino.
Bom… Para a Indomit, talvez por não ser a prova alfa do meu calendário, o modelo será diferente. Na semana passada cheguei num pico de 81K, o máximo desde que voltei do Cruce, e nessa semana estou mantendo um ritmo fixo, firme, para não dar sinais ao corpo de qualquer tipo de diminuição.
A ideia é largar nos 50K como se fosse um sábado qualquer – incluindo alguma fadiga muscular que espero que passe nos próximos dias com uma diminuição leve na carga e uma folguinha quase imperceptível estrategicamente inserida na planilha.
Vamos ver que resultado isso trará.
Essas últimas duas semanas deveriam ser as mais secas e quentes do sudeste ao menos no último ano. Eu nem pediria tanto: ficaria feliz apenas com a falta de chuva.
Mas não: os Deuses, aparentemente, curtem sincronizar as suas águas com o calendário da Indomit. Comigo, pelo menos, foi assim nos 42K de Bombinhas e nos 100K da Costa Esmeralda.
A Indomit São Bento do Sapucaí, ao que tudo indica, será tanto corrida quanto nadada.
Cheguei até a questionar a ida – a perspectiva de escorregar e de tentar me equilibrar em rios de lama me dá uma preguiça digna de Macunaíma.
Mas aí tem os pontos. Os tais 3 pontos que essa prova me garantirá para a OCC, em Mont Blanc, no ano que vem…
Haverá outras oportunidades para somá-los? Certamente. Provavelmente.
Mas, em um ano complicado em que o calendário de viagens para corridas ficou invariavelmente mais escasso, melhor garantir do que esperançar.
Águas, nos veremos no sábado.
Afinal, já que ainda há algum tempo, já que é aqui pertinho e já que vale os pontos que preciso para tentar novamente o sorteio da OCC… Por que não?
Indomit São Bento do Sapucaí, lá vamos nós!
Vídeo Oficial 2ª Edição INDOMIT SÃO PAULO 2015 from BOMBINHAS ADVENTURE RUNNERS on Vimeo.
O El Cruce cortou dois itens da minha lista: a própria prova, um sonho antigo, e a realização de uma ultra por etapas. Experiências inesquecíveis – que, como praticamente todas as que cruzei da lista, mudaram toda a minha percepção de vida.
O próprio vídeo que adicionei do Cruce, aliás, foi da edição que participei.
Outra prova entrou aqui: a BR135+, que participei como apoio em janeiro passado. Não sei quando, mas um dia ainda a realizarei. E, por hora, é o momento de achar a próxima meta a ser cumprida.
A lista está assim:
Escrito nas montanhas argentinas em 13/02/2016
Há largadas em ondas – e há largadas em ondas e marolas. Foi assim que saímos para o dia 2: com ordem de largada de acordo com nossos tempos de chegada e, pra cruzar o pórtico, em grupos de 3 liberados a cada 15 segundos.
Para uma corrida de montanha essencialmente feita de single tracks, difícil pensar em uma maneira melhor de evitar engarrafamentos. E funcionou.
Diferentemente do dia de ontem, o percurso inteiro foi relativamente livre. Destaque para a perfeição das trilhas: longas, sinuosas tanto nos trechos de subida quanto nos de descida, secas e desimpedidas.
Secas, na verdade, pelo menos a partir do km 10: até lá a corrida incluía atravessar trechos do Lago Lácar com água que chegou até a cintura. Pelo lado bom, isso trouxe um tempero diferente e, claro, um visual fenomenal.
Visual, por sua vez, que melhorava a cada metro de subida depois que as águas ficaram para trás. Havia trechos, já entre montanhas, que planaltos se abriam inteiros, gerando horizontes tipicamente andinos: montanhas por todos os lados e vegetação seca.
A partir do km 20, quando as florestas ficaram para trás, foi uma sucessão interminável de planaltos cortados apenas por rajadas de vento que forçavam os olhos a fecharem por alguns instantes.
Mas foi só vento, ainda bem: a chuva de ontem à noite ficou no passado e nos concedeu um dia com algumas nuvens, mas sol e claridade o suficiente para babarmos no visual andino.
A chegada do dia ficava na metade de uma montanha: a outra metade ficará para amanhã, quando chegaremos ao ponto mais alto do Cruce antes de descermos de volta para San Martin.
Por hora, é só relaxar um pouco, deixar as pernas se recuperarem e esperar por amanhã!
O título do post pode parecer um paradoxo gramatical – mas ele está certo. Explico: há 3 levas de largadas no Cruce, todas fazendo o mesmo percurso: o primeiro dia, ontem, foiçara a elite/ avançados; o segundo, hoje, será para duplas; e o terceiro, sexta, será para amadores (me incluindo aí).
E, como eles estão filmando cada uma das etapas e disponibilizando praticamente em tempo real na web, deu para sentir como será o meu primeiro dia. E, aparentemente, apesar de ser o dia mais longo (com 40K), ele será relativamente tranquilo, sem trilhas técnicas e com um percurso tão “corrível” quanto maravilhoso. Será uma espécie de boas vindas, creio.
Veja abaixo:
Enquanto há horas disponíveis e não há tarefas a serem feitas… que tal um rolê de caiaque por 4 horinhas pelo Lago Lácar?
Dá para usar músculos diferentes dos que precisam descansar (embora eu tenha feito um regenerativo básico de 5K hoje), conferir as águas cristalinas do lago com direito a trutas saltando, ver as montanhas de outro ângulo e, enfim, somar uma experiência diferente dos Andes.
Perfeito! Duvida? Veja as fotos:
De repente, uma mão me puxou e me perguntou algo em um espanhol tão rápido que, meio que no susto, apenas respondi “si, claro!”.
Em 5 minutos estava em uma fila indiana segurando uma bandeira gigantesca da… Inglaterra! Aparentemente, eu e 32 outros corredores desfilaríamos logo depois da banda militar homenageando os 33 países presentes no Cruce.
Bom… nunca me achei exatamente parecido com um inglês… mas encarnei de tal maneira que até um ‘God sabe the Queen’ acabou saindo da minha boca :-)
Fiquei até procurando compatriotas para falar sobre a família real, mas acho que só tinha eu mesmo de britânico nos arredores. Ou isso ou – claro – a ‘nossa’ típica discrição impediu os demais súditos de Elisabeth de aparecerem!
Assim, seguindo tambores rufando no meio da praça e sendo parte acidental do evento, acabei absolutamente contagiado de adrenalina da abertura do Cruce 2016. Não que tenha sido tarefa difícil: o palco era ao ar livre, tendo montanhas, lago e um céu azul-turquesa como pano de fundo, com direito a um telão de led e um rock’n’roll entre as falas dos organizadores para ninguém botar defeito.
Apresentaram a elite – e confesso que estar próximo de ídolos como Marco de Gasperi e François D’Haene foi “tieticamente” empolgante – detalharam a infra e fecharam com um vídeo daqueles feitos de pura palpitação cardíaca.
A empolgação foi tamanha que, quando terminaram os eventos, a praça inteira de San Martin virou uma versão rock de Carnaval, com gente pulando ao som dos Stones e entoando gritos de euforia pura!
Quer jeito melhor de abrir uma prova dessas??
Última corridinha feita: 11K pelo Ibirapuera.
Fora as desconfortáveis dores fantasma fruto do período de tapering, tudo normal.
Hoje de madrugada embarco para a Argentina, devendo chegar em San Martin de Los Andes por volta das 13:00 de amanhã. De então até a sexta, dia da largada, serão apenas trotes leves pelas montanhas, mergulhos no geladíssimo lago Lacar e ajustes finíssimos no preparo final – principalmente por conta da ansiedade, que já se acumula por todo o corpo.
E vambora para mais uma experiência de vida memorável!