Descansar (realmente) também é treino

Não durmo muito. Quando se tem uma filha de 3 anos, uma empresa própria e se escolhe correr ultras como esporte, o sono é a primeira coisa que acaba sacrificada. 

Com o tempo, me acostumei com isso ao ponto de ficar com culpa sempre que durmo algo na casa das 7 horas – uma eternidade. 

E, claro, isso tem lá os seus problemas. A recuperação muscular é um deles: esperar que as pernas não demonstrem qualquer sinal de dor quando o máximo de descanso concedido a elas é ficar um punhado de horas trabalhando sentado é irreal. 

Irreal mas, ainda assim, algo com o qual me acostumei. Veja: não reclamo da minha capacidade de regeneração. 2 ou 3 dias depois de uma ultra estou novo, pronto para tomar as ruas de novo, motivado até o limite por conta de algum próximo desafio. 

É que tudo nesta vida é relativo. 

Estar novo, para mim, é acordar com uma dor nas pernas leve mas constante ao ponto de ter se transformado em paisagem. Algo que não atrapalha em nada – embora obviamente fosse melhor passar pelo menos algum tempinho realmente sem sentir nada. 

Pois bem: no domingo à noite vim para Joinville, onde tive uma reunião na segunda. Cheguei às 18:30, mas a reunião seria apenas às 10:00 do dia seguinte. 

Sabe o que fiz? 

Dormi. Muito. Algo como 9 horas inteiras, uma espécie de anormalidade principalmente considerando que acordei sem despertador, por conta própria e sem precisar correr para nada. Tinha tempo para tomar um banho calmo, mastigar o café da manhã e ainda escrever um post para o blog antes do dia se atribular. 

E foi sentado na recepção do hotel que, subitamente, me dei conta que não sentia nada – absolutamente nada – nas pernas. 

Me concentrei nelas. Contraí a musculatura. Andei de um lado para outro. 

Nada. 

Era como se eu sempre tivesse sido sedentário, tamanho o relaxamento muscular!

Foi aí que caiu a ficha: todas aquelas pessoas que pregam o poder de cura do sono, que bradam que descanso também é treino, estão realmente sendo verdadeiras. Curti a sensação. 

Honestamente, não sei quando terei novamente o tempo para dormir de maneira tão densa, fazendo a noite cuidar das pernas. Mas já está claro que é um remédio muito melhor que qualquer anti-inflamatório. 

  

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