Há uma espécie de zona cinzenta depois que se realiza alguma grande meta. 3, no caso: Indomit, BR (ainda que como apoio) e Cruce aconteceram em um impressionantemente curto período de 3 meses.
Nessa última semana, todas as dores e incômodos acumulados em meses de treinamento decidiram aparecer e se instalar no corpo. Sem problemas: dei a ele alguma folga, saindo apenas levemente para alguns trotes mais regenerativos.
Nessa última semana, um sono digno de picadas da mosca de Tse-Tse dominou as manhãs; uma estranheza em testemunhar o trânsito paulistano se instalou no semblante; uma facilidade de respirar, silenciosamente, um ar meio orgulhoso, impulsionou os pulmões.
Semanas depois do que consideramos como grandes realizações pessoais são feitas para cimentá-las no peito, para nos mostrar que a vida é feita desses momentos singulares pelos quais tanto batalhamos. São períodos sagrados que, talvez infelizmente, acabem sendo reverenciados por nós mesmos em uma silenciosa solidão. São períodos catárticos, de consolidação de mudanças de visão de mundo, em que não se deve desperdiçar um único átomo de esforço em uma direção que não seja a do autoentendimento.
Semana que vem? Provavelmente ainda estarei na mesma zona cinzenta, aproveitando-a, cultivando-a e, sobretudo, digerindo-a.
Enquanto isso, talvez esteja na hora de revisitar as provas de 2016 e ver em qual ou quais me encaixo.
Daqui a pouco será hora de começar tudo de novo.