Já nos primeiros passos, os tornozelos começaram a pedir clemência.
O corpo parecia duro, tenso, quase um robô enferrujado. Na esperança de que fosse apenas um processo natural de aquecimento, persisti.
Teria uma hora e meia de treino em intensidade relativamente alta antes de um dia de descanso e do ultra longão do sábado. Teria.
Em apenas mais um quilômetro deu para ver que o corpo realmente não estava a fazer birra. Não havia sinais assimétricos indicando alguma lesão ou nenhum tipo de dor mais aguda em um ponto específico: mas algo estava realmente errado.
A cada passo, o corpo parecia piorar: os tornozelos ficavam mais rijos, panturrilhas e coxas davam pontadas, abdômen ensaiava reclamações mais agudas. A voz interna que sempre pede para ouvir melhor as próprias dores ficou mais alta, mais estridente e imperativa: era hora de parar.
Não sei se persistir me quebraria de alguma maneira mais drástica – mas preferi não descobrir da pior forma.
Antes que mais virasse demais, dei meia volta e retornei à minha casa fechando apenas 5km a um ritmo médio de cerca de 5’40″/km.
Agora, enquanto escrevo este post uma hora e meia depois de decidir dar o dia por encerrado, ainda sinto o corpo reclamar relativamente alto. Tudo bem: a esta altura, não há nada que eu possa fazer.
Pelo menos até amanhã me focarei no bom e velho descanso, sem nenhum remédio ou medida mais drástica. Para as ruas agora, apenas no sábado!