Eu havia abandonado treinos de tiro, intervalados ou mesmo tempos na reta final da preparação para Comrades. Por algum motivo, a combinação de longos cada vez maiores com intensidade simplesmente não funcionaram – e acabei abrindo mão do último.
Com o tempo, acabei desenvolvendo uma espécie de “mono-pace”: fosse acelerando ou trotando, acabava sempre próximo da faixa entre 5’50” a 6’10”.
Uma das minhas metas agora é mudar isso. Está claro que, na medida em que os desafios aumentam, um domínio maior sobre as marchas do corpo é fundamental. Preciso conseguir correr mais rápido nos momentos certos e desacelerar de verdade para poupar energia nos outros.
Intervalados, portanto, já voltaram à minha rotina. Não são exatamente curtos – os de hoje incluíram 5 x 5 minutos na casa dos 4’30″/km com 1’30” de descanso e sanduichados por aquecimento e desaquecimento de 20 minutos.
Não que os tiros em si tenham sido fáceis – voltar a essa rotina e, embora gostoso, dolorido. Mas o mais difícil é forçar a queda da velocidade nos tempos de descanso, evitando uma volta natural (e bastante prejudicial) ao mono-pace.
E, exceto pelos longões de sábado, parece que marcar bem a diferença entre trotar e voar será uma das partes mais importantes de todo esse processo rumo ao DUT.
(Quando poderia imaginar que desacelerar seria a parte mais difícil?)
Aí sim, hein, que legal. E eu conheço montanheiros pregando que não se precisa de reps ou intervalados para correr off-road.Pessoalmente não compartilho dessa opinião. Quem quer performance vai sentir falta de poder corre forte em trechos corríveis. E também, como disse, é desafiador saber trocar a explosão muscular do trabalho de velocidade pelo trabalho lento de força, seja concêntrica ou excêntrica :)
Acho que no final das contas, tempo em prova é o que mais cansa. E se conseguirmos treinar velocidade e chegar mais rapidamente, chegaremos também mais inteiros e agilizaremos a recuperação. Pelo menos me parece um raciocínio bem lógico!