Dividi meu treinamento para o Caminhos de Rosa em dois grandes blocos: um físico e outro mental.
O físico não tem muito segredo: é planilha tradicional montada com um método prático e que tenho seguido de maneira minuciosa.
O mental é que é uma espécie de novidade para mim. E veja: para esta prova, o Caminhos de Rosa, treino mental não é apenas se preparar para passar horas e mais horas furando o tédio com a persistência. É puxar companhias a partir da poeira que se deita sobre o sertão mineiro onde a prova acontecerá.
Que companhias? Riobaldo, Diadorim, os Hermógenes, Miguilim, Manuelzão, Pedro Orósio, Grivo, Cara-de-Bronze e toda uma leva de jagunços, vaqueiros e buritis criados por Guimarães Rosa em toda a sua obra.
O que acontece é que as histórias do Rosa são de uma densidade tão intensa, tão incrível, que lê-las com a devida atenção tem sido uma ultra à parte.
Neste ponto estou nos dois picos: no do treino físico, já fazendo levas e mais levas de semanas com 100 a 100Ks, e no do mental, já chegando no último dos livros do Rosa que pretendo devorar.
E ambos os treinos, confesso, estão me deixando tanto exausto quanto ansiosíssimo para os 140K.