Para mim, não há como começar um ano sem antes fechar o anterior. E não estou falando aqui apenas de comemorar o Reveillon, obviamente.
Mas há sempre aquela corrida perfeita que divide dezembro de janeiro, que vira a página do passado e coloca em nossa frente todo um conjunto de páginas em branco prontas para serem recheadas com novas histórias.
De 2014 para 2015, essa corrida catártica aconteceu lá no pé dos Andes, na Patagônia Argentina.
2015 em si foi fechado em clima oposto, sob os mais de 40 graus do verão carioca, mas em trilhas que, apesar de opostas, compartilhavam graus semelhantes de beleza. Mas a corrida catártica de 2016 aconteceu mesmo aqui, de volta a São Paulo, no Ibiraquera.
No sábado passado, ainda com as pernas cansadas de subir os morros de Niterói, saí para 15km mais que “comuns” pela trilha do Ibira. De comuns, no entanto, eles tiveram pouco.
Apesar de ter feito a mesma rota de sempre, o gosto era outro: havia tempo de sobra para que eu aproveitasse o clima, havia lama suficiente na trilha para que ela ficasse deserta e umidade suficiente no ar para que a mata exalasse aquele delicioso aroma tão anômalo às grandes metrópoles.
Cheguei a parar no meio do parque e simplesmente respirar o entorno, me sentindo parte do Parque como nunca antes. E, entre um pensamento e outro, o ano anterior acabou sendo devidamente deixado para trás enquanto toda uma nova energia tomava as minhas veias de assalto.
Estava pronto.
Que bom: o ano, afinal, promete ser bastante intenso.