Trilhas, na cidade ou na montanha, são essencialmente caminhos para algum destino qualquer.
O destino até pode se repetir incontáveis vezes, mas é a beleza de se poder alternar esses caminhos que faz as trilhas sempre únicas.
Hoje foi dia de voltar ao Ipiranga – claro, por um novo caminho. Ao invés do centro, subi e segui pela Paulista até descer pela Aclimação. Cortei ruas, subi e desci ladeiras e descobri novos esconderijos paulistanos – todos já com aquele tom de cidade de interior pintado pelo domingo.
De repente, no topo de uma ladeira, lá estava o Palácio. Entre seus jardins e o monumento, uma pequena feitinha se organizava para dar mais cor à cena.
Com isso, céu azul turquesa de mesclava ao amarelo do Palácio, ao cinza do monumento e ao verde dos jardins. Baita cena incrível.
Dei uma volta, aproveitando o “exótico” percurso de bambus atrás do Palácio e, na volta, cruzei até o monumento. Vi uma escada escondida levando para baixo e desci: lá uma porta cinza, pichada, apenas deixava claro que guardava em seu interior os restos mortais de D. Pedro I. Ainda bem que se trata de um mausoléu: se fosse sua casa em vida, certamente ele ficaria bem contrariado!
No retorno para casa, segui pela Av. D. Pedro I, toda alinhada com árvores e pequenas casas. Segui rumo à Aclimação, bairro que dividia as zonas rurais e urbana da cidade. A rua que servia de “fronteira” abarcava o hábito das pessoas lavarem seus pés antes de adentrarem pela cidade. Não é à toa que acabou batizada de Rua dos Lavapés, normalmente pouco convidativa mas, aos domingos, bucolicamente bonita e margeada por casas tão coloridas quanto abandonadas.
De lá, cheguei à região da Liberdade apenas para ver alguns japoneses idosos caminhando até algum local importante, a julgar pelas feições. Como essa cidade é plural!
A corrida, no entanto, tinha hora para terminar. Depois de pouco menos de 20km, estava na Paulista. Chegava em casa inteiro e absolutamente inspirado pela trilha em plena metrópole.