E eis os 140km para os quais tanto me preparei!
Já partimos hoje para BH e, de BH, para Morro da Garça. Agora é a hora de ficar sério :-)
E eis os 140km para os quais tanto me preparei!
Já partimos hoje para BH e, de BH, para Morro da Garça. Agora é a hora de ficar sério :-)
Teve outra coisa curiosa que aconteceu na semana passada.
Sob efeito da gripe, cortei meu longuinho do sábado de 20 para 10K. Esta contente com isso, satisfeito e, ainda que cansado, me sentindo cada vez mais preparado para o Caminhos de Rosa.
Até que as circunstâncias me deixaram sozinho em casa, sem mulher e filha, e com a TV ligada na prova de ciclismo de estrada. Sob um sol belíssimo, os ciclistas cortaram Copacabana, Vista Chinesa, Jardim Botânico, Ipanema…
Endurance puro, com direito a quedas e a um final sensacional com ultrapassagens nos últimos quilômetros, fazendo o dia lindo da cidade maravilhosa ficar ainda mais incrível.
O mais difícil? Controlar o impulso de sair para suar depois disso.
Coloquei de volta a roupa e saí para mais 10km. Fiz o pace mais rápido dos últimos 5 meses sem sequer sentir.
Olimpíada é sensacional!
Quarta-feira, 3 de agosto, 9 da noite.
Hora de começar a REALMENTE organizar a ultra, mesmo porque essa inclui um time de apoio próprio.
Enquanto escrevo isso – mais como um lembrete de tarefas do que como relato – converso com os três membros do time que estarão lá no sertão: Paulo Penna, que usará a função de pacer como treino para as 100 milhas que percorrerá no mês que vem; Mayra Galha, comadre que testemunhará pela primeira vez esse esporte doido que tanto amamos; e Luana Ornelas Bianchi, provavelmente a organizadora mais organizada que já pisou neste planeta.
As próprias bios resumidas já indicam os papeis de todos. Além de me aguentarem – nem imagino o estado de humor que ficarei depois de enfrentar 40 graus de variação térmica durante 3,3 maratonas – e de dividirem a direção do carro,:
Sendo prático, o que precisamos endereçar? Checklist abaixo com as iniciais dos nomes dos responsáveis:
Equipamentos:
Mantimentos:
Como passaremos 24 horas, aproximadamente, no percurso – e como há muito poucos locais habitados – é importante ter comida e bebida para nós 4 no carro. Isso incluirá:
Agora é providenciar tudo.
Não me canso de ver filmes e babar na história dos Unogwajas – alguns herois, incluindo os amigos Rodrigo João e Nato Amaral, que cruzaram a África do Sul de oeste a leste em 10 dias para depois largar na Comrades no décimo primeiro com dois objetivos: arrecadar dinheiro para caridade e, claro, ganhar uma experiência inesquecível.
Acompanho a trajetória deles desde 2014, quando inclusive tive o prazer de, por pura coincidência, testemunhar a chegada do grupo em Pietermaritzburg na véspera da Comrades.
Bom… Na semana passada eles lançaram um novo filminho com a história do grupo e do que tem conseguido.
Ei-lo abaixo:
Nunca gosto de dizer nunca. Há uns 10 anos, do alto do meu sedentarismo, jamais poderia imaginar que estaria aqui, hoje, escrevendo um blog sobre um esporte que nunca sequer tinha ouvido falar.
Ainda assim, arrisco-me desta vez a pregar o “nunca” em relação à Hurt 100, uma prova de 100 milhas extremamente técnicas e perigosas sobre uma das ilhas do Havaí. A dificuldade é tamanha que, ao menos na minha concepção, a diversão acaba ficando de lado. E qual a graça da vida se ela não puder nos divertir?
Ainda assim, dificuldades e agruras assim são sempre divertidas em filmes. São os extremos vividos pelos outros que nos fazem curtir ainda mais as amenidades às quais nos lançamos com algum tempero de aventura.
Eis Hurt 100:
Para quem ama a rainha das ultras, esse vídeo é um achado.
Sim: os primeiros 1:45 são meio chatos, com uma introdução desnecessária – recomendo que pulem.
E sim: ele é infelizmente todo em inglês, sem legendas.
Se isso não for um problema, recomendo fortemente. Dá para entender quase toda a magia dessa corrida (e digo “quase” porque, para entendê-la por completo, só correndo os 89km que separam Durban de Pietermaritzburg).
Foi uma semana complicada. Depois de duas com alto volume, depois de duas maratonas e com o bônus de eu ter me mudado de apartamento e viajado por 3 dias a trabalho na sequência, o corpo pedia descanso.
Recebeu o oposto: na planilha, a semana passada, última do ciclo de 3 pesadas, seria fechada com 50K.
De todos os dias, consegui levantar disposto apenas na terça, para os 20K na escuridão das primeiras horas da manhã paulistana. Depois disso, a força de vontade necessária para me erguer da cama foi tamanha que tive que inserir mudanças de planos.
Na quarta acordei decidido a desistir. Desdesisti, como diria Guimarães Rosa, e corri à noite.
Na quinta me senti seguro o bastante para ignorar o dia. Mudei de ideia e voltei correndo do trabalho para casa, fechando os 15K.
Mesmo no sábado, que tende a ser um dia sagrado, foi necessária uma hora inteira para convencer o meu corpo de completar as 6 horas planejadas.
A prova vai se aproximando na medida em que o corpo já começa a se desesperar por descanso.
Tudo bem: esta semana, pelo menos, é mais leve. Bem mais leve.
Ela precede um outro ciclo de alto volume – o último antes da prova – que me trará mais 3 pequenas ultras e será fechado na São Paulo City Marathon, se minha memória não me falha.
Falta pouco.
Sob a ótica do treinamento, semanas chatas são aquelas tão carregadas de contratempos que o próprio ato de treinar se torna um desafio.
Pois bem: ontem, a última das duas semanas assim foi-se embora. Relembrando: na semana retrasada, além de viajar a trabalho, eu me mudei de apartamento; e, na passada, fiquei da quinta ao domingo em um evento, também a trabalho.
Em ambos os casos os longões foram corridos em dias alternativos – segunda e quinta. Em ambos os casos fechei o domingo com aquela sensação de que ter conseguido treinar foi quase um ato milagroso.
Pela minha planilha, essa é a terceira semana da série de 3 fortes e 1 leve. Nesta, no entanto, o longão não será mais uma maratona e sim uma pequena ultra de 50K no sábado. É sinal de que estamos chegando perto da data da prova.
Ainda não tenho ideia de como será o ano que vem. Para falar a verdade, tem sido difícil prever a semana que vem nesses dias tão turbulentos!
Mas há coisas que não mudam há eras, que são certezas com as quais sempre podemos contar e que, portanto, nos dão um certo sossego, uma certa segurança.
Uma dessas coisas é a Comrades, em sua edição de número 92. Quando?
Em 4 de junho de 2017.
Não sei se estarei lá – mas ela estará. E, no que depender da minha vontade, nos encontraremos mais uma vez.