Caminhos da Rosa: Planejamento

No total, Thiago e Luana, os dois pacers do time, se prepararam para correr comigo 60km cada. Com duas observações importantes: depois que o Paulo saiu, Luana acabou se preparando para fazer o percurso inteiro; e Thiago está com uma sinusite que pode dificultar um pouco os planos. 

Bom… Eu sempre corri sozinho, então enfrentar eventuais quilômetros soltos não seria, digamos, o final do mundo. Ainda assim, boas companhias são sempre bem vindas, principalmente em provas áridas como essa. 

O objetivo é fazer a prova em 24 horas, o que dá um pace de, aproximadamente, 10m17s/km. 

Obs. 1: O tempo limite da prova é de 30 horas.

Obs. 2: para os mapas abaixo, desconsiderar todo o texto azul acima dos perfis altimétricos – a contagem deles se refere ao percurso maior da prova, de 250km, sendo que a minha começa 110km depois.

Trecho 1: Morro da Garça a BR259


  • Pacer: Luana
  • Tempo estimado de chegada: 20:00-20:30
  • Meta de pace médio: 8min/km 

Trecho 2: BR259 a BR135


  • Pacer: Thiago
  • Tempo estimado de chegada: 02:30-03:00
  • Meta de pace médio: 8min/km 

Trecho 3: BR135 a Fazenda Paulista

  

  • Pacer: Luana
  • Tempo estimado de chegada: 05:50-06:30
  • Meta de pace médio: 10min/km 

Trecho 4: Fazenda Paulista a Cordisburgo


  • Pacer: Aberto/ quem quiser
  • Tempo estimado de chegada: 13:00-14:00
  • Meta de pace médio: 11min/km 

A possibilidade do planejamento ser seguido à risca? Mínima. 
Mas é sempre um alívio ver as coisas que o papel aceita.

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Checkpoint: Morros?

Depois do calor e da falta absoluta de morros, a volta para Sampa fez bem. Não que não curta o sol, claro – mas aquela umidade do sul americano estava realmente dando nos nervos. 

Só que uma coisa curiosa aconteceu: o cansaço bateu inesperadamente mais forte a cada subida de morro que fiz desde o meu retorno. Sim, foi só uma semana correndo no plano absoluto – mas parece que esse tempo foi o suficiente para deixar o corpo mal acostumado. 

Fugi um pouco da rota tradicional e, no sábado, fiz o meu longão indo e vindo até o Burle Marx, no Morumbi. São poucas as rotas com mais subidas do que lá, perfeito para colocar de novo o corpo em ordem. 

E coloquei – em que pese o cansaço esquisitíssimo que fiquei depois. Foram 3h30 de corrida, incluindo nelas duas voltas pelas trilhas dos parques Alfredo Volpi e Burle Marx. Ainda assim, somei mais 1h30 hoje, com uma volta pela trilha e outra pela pista do Ibira, além da ida e vinda até em casa. 

Ficou aquela sensação de missão cumprida com os 85km semanais batidos – mas também a nítida certeza que o corpo perde o seu ‘mojo’ com uma facilidade maior do que o que se espera. 

Ainda bem que deu para perceber isso a tempo. Resta agora acelerar essa ‘recuperação’ até meados de outubro, quando farei a Bertioga-Maresias fechando a fase de pico para o Indomit 100K. 

   
 

Preciso de um plano

Se tem uma coisa que não estou acostumado, é com uma absoluta falta de planos ou metas.

Nos últimos anos, sempre tive uma corrida como alvo, me permitindo traçar estratégias e me empolgar com a evolução diária.

Foi assim que entrei, pela Two Oceans, no mundo das ultras; que mergulhei de cabeça na Comrades, rompendo a barreira das 50 milhas; que transicionei para as trilhas via Indomit e me entreguei às montanhas na Douro Ultra Trail.

E isso tem sido uma jornada fabulosa.

Hoje, no entanto, há um vazio.

A última prova relevante foi a Maratona de SP, que me qualificou para a Comrades do ano que vem (no final de maio).

E daqui até lá?

A única ultra próxima planejada era em São Bento do Sapucaí – mas a data foi um impeditivo por compromissos familiares.

Provas curtas me encantam pouco – é como se não houvesse muito mais desafio nelas.

E agora?

Vasculhei, vasculhei, vasculhei e nada: não parece haver nenhuma ultra próxima entre hoje e março, data a partir da qual já preciso estar bem concentrado na Comrades.

Estou sem metas. Sem provas alvo. Sem nada que exija algum tipo de planejamento. Sem nada que me deixe empolgado de verdade.

Como correr sem ter algum lugar para chegar?

Para mim, isso é bem complicado. Está na hora de bolar alguma coisa diferente.

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Checkpoint 9: Segunda meta cumprida

Não há muito o que falar além do que já comentei no post de ontem: a semana inteira girou em torno da segunda meta do meu plano rumo à Douro Ultra Trail: fazer a Indomit Bombinhas.

Neste ponto, o importante de comentar é que levei a semana como normal, sem fase de tapering ou nenhum tipo de diminuição. Ao contrário: fiz os três treinos em dias úteis, mesclando tanto volume quanto intensidade (via tempos e tiros) e cheguei em Bombinhas como se fosse um final de semana normal.

Só na largada da Indomit é que senti um pouco o cansaço ampliado pela areia fofa dos primeiros metros. Mas, ainda assim, sacudi o corpo e voltei ao normal, encarando a prova com sangue nos olhos.

Em resumo (e com alguma dose de orgulho): tudo saiu perfeito.

Segunda fase completa. A próxima agora é lá em Portugal.

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