Faz tempo que não olho pace com a devida atenção. E faz sentido: quando se troca asfalto por trilhas, a preocupação com pace médio desaparece quase que instantaneamente. Afinal, como considerar uma média comparando terrenos tão variados quanto a trilha plana do Ibirapuera e a subida da Pedra Grande, em Atibaia? Impossível.
Seria apenas uma estatística inútil como tantas outras que existem por aí. Média por média, afinal, todo ser humano teria um testículo e um ovário.
Só que não é bem assim…
Trilhas podem garantir um tipo de aventura mais romântica e incrivelmente mais bonita – mas o treinamento mesmo, ao menos em grandes cidades como São Paulo, acontece no asfalto. E, por mais que se busque variar o percurso, somos criaturas de hábitos e acabamos repetindo a mesma rota cotidiana dia após dia.
Mesmo quando comecei a rodar por tudo quanto é parque da cidade, em todas as zonas possíveis, documentando aqui no blog a experiência em cada um, tinha os meus dias da semana presos magneticamente ao conveniente Ibirapuera.
Nesse caso, o pace médio serve, sim, como um parâmetro de comparação evolutiva. Pode-se aplicar o bom senso – ignorando semanas que tiveram alguma ultra ou trilha mais técnica e que, portanto, acabaram forçando uma queda no pace; mas ignorar tudo é desnecessário.
Pois bem: usando o mar de estatística que mapeio semanalmente, atualizei o meu gráfico de pace médio desde junho de 2014. Resultado:
E fazendo as ressalvas: nos últimos tempos, fora a Comrades (31/05), os 50K de Atibaia (28/06) e algum pedaço de recuperação orbitando em torno deles, até que tenho conseguido me recuperar bem de um período de quase 2 meses entre novembro e dezembro do ano passado em que comecei a desacelerar de maneira constante.
E o gráfico também me deu uma espécie de meta nova a perseguir: descer, por mais tempo, da linha dos 5’46″/km, uma espécie de muro de performance que eu nem imaginei que tinha. Claro: fazer isso em 10K é fácil – mas manter o pace abaixo dessa casa enquanto se treina subidas íngremes, enquanto se faz longões de 3 ou 4 horas em trilhas e considerando pausas nos tantos semáforos que polvilham São Paulo é um pouco mais complicado.
Complicado ou não, é um desafio novo que acabou de brotar. Vamos ver como me saio nele!