Nem parece, mas já faz 11 meses que eu estou no low-carb.
Mudanças nos últimos 6 meses
Verdade seja dita, andei dando uma relaxada nos últimos tempos. Já fora do período que considero mais crítico, onde estava consumindo 20g de carboidratos por dia, deixei esse volume crescer para algo entre 90g-100g.
O problema talvez esteja no que tem feito esse volume crescer: chocolate. É: não tem jeito. Lidar com isso aparentemente será a minha sina e, embora não preocupantes, os efeitos desse vício apareceram nos exames.
A única outra mudança representativa foi o aumento no consumo de carne vermelha. Nada de muito radical – mas diferente do zero em que fiquei por 3 meses na tentativa bem sucedida de diminuir a Ferritina. Diminuí e reintroduzi um pouco de carne no dia a dia que, aparentemente, não apresentou nenhum grande problema.
Mudanças mais recentes
A essas duas mudanças na dieta, acrescento ainda outra observação: faz cerca de 10 dias que cortei o chocolate – o mesmo vilão de sempre – para manter algum tipo de autocontrole. Apesar do consumo geral de carboidratos nunca ter ficado elevado, essa diminuição abrupta me empurrou de novo para uma espécie de fase de adaptação.
Me senti tonto em alguns momentos, fraco e mais sonolento que antes. Ainda bem que foi temporário: uma semana depois do corte já voltei ao normal do low-carb: bem disposto, inteiro, mais ágil.
Vamos aos indicadores:
Indicadores hepáticos:
De todos, o TGP apresentou um leve crescimento – mas todos estão estáveis. Para mim isso é essencial dado que fígado é o meu ‘órgão de atenção’. Ainda assim, preciso prestar um pouco mais de atenção nele daqui para a frente. Vamos ver como se comporta no próximo exame.
Colesterol:
Aqui fica mais claro esse “efeito-chocolate”: apesar do colesterol total estar bem, o HDL poderia estar maior e o LDL, menor. Ainda assim, a proporção entre triglicérides e HDL, número mais importante para a análise como um todo, está bem, fixada em 1,26 (sendo que qualquer coisa abaixo de 2,00 é considerado como ideal).
Glicose e insulina:
Todos perfeitos, praticamente sem alterações desde os últimos exames.
IMC:
O acréscimo de mais carboidratos me fez ganhar um pouco de peso – manada de crítico. O IMC continua quase perfeito.
Ferritina:
É o elemento mais preocupante para mim por conta de meu histórico médico.
Sim, houve um leve aumento – mas credito isso ao consumo mais moderado (versus o virtualmente inexistente) de carne vermelha.
Como os níveis estão bem dentro do saudável, pretendo mantê-los assim. Um pouco de indulgência, afinal, faz bem :-)
Conclusões finais:
Cada leva de exame, para mim, é tenso. Depois que se passa 16 horas em uma mesa cirúrgica para retirar metade do fígado, resultados de exames são como uma espécie de “juízo final” – mesmo eu estando ciente de que nem tudo deva ser levado de maneira tão drástica.
Depois de 11 meses de low-carb, esse resultado foi positivo. Mostrou consequências de excessos desnecessários – que pretendo corrigir – e o baixo efeito de consumo moderado de carne vermelha.
Essas “pequenas constatações empíricas”, aliás, são perfeitad por ensinar mais sobre o próprio corpo: nos dizem até que ponto podemos ir e quais linhas não devemos evitar.
Agora é hora de seguir adiante fazendo tudo o que, claro, já sabia que precisaria fazer mesmo.
Daqui a mais alguns meses tem mais exame.
Caro Ricardo bom dia!
Acabei de descobrir o seu BLOG. Estou planejando correr minha primeira ultra (50km) e estava pesquisando sobre trilhas. Li alguns dos seus comentários e achei fantástica esta sua iniciativa de compartilhar suas experiências vividas na prática. Pra mim este tipo de relato e informacão valem mais do que muita teoria. Então em primeiro lugar gostaria de agradecer e de dar os parabéns pelo ótimo trabalho!
Lí alguns de seus comentários sobre LCHF…também fiz experiências com a dieta de LCHF a uns 03 anos atrás, incluindo IF (Intermitent Fasting). Na prática, o resultado físico foi muito bom no primeiro ano, mas acho que exagerei na reducão de carboidratos, adotei uma dieta bastante restritiva, perdi toda gordura corporal, fiz fasting , aumentei bastante volume de treino e não fiz uma reposicão adequada , resultado: minha energia comecou a cair drasticamente e tive um desequilíbrio hormonal (hipotireoidismo : TSH elevado , T3/T4 baixos). Depois de 02 anos pesquisando, dezenas de exames de sangue, reducao dos treinos, diferentes dietas, etc…, estou comecando a me sentir melhor e intensificando os treinos.
Mais uma vez, obrigado por compartilha suas experiências e boa sorte meu amigo!
Forte abraco,
Marcos.