Niterói, dia 4: Costão e Bananal

Já acordei aceso: era dia de desbravar duas novas trilhas e paisagens por esta abençoada costa de Nikiti City.

Desta vez saí um pouco mais tarde: o acesso às trilhas do Costão e do Bananal abria apenas às 8 da manhã. Sem problemas: mais tarde, mais sol, mais vista.

Cheguei em Itacoatiara às 8 em ponto e já havia uma pequena fila para subir a trilha. Aos poucos fui desviando de um e de outro, acelerando o ritmo quando dava e respirando forte aquele ar de mata atlântica. Em alguns minutos, uma clareira dava acesso a percursos diferentes.

Peguei o do Costão: queria subir logo a pedra e entender a vista panorâmica da Guanabara. A subida foi curta mas intensa e, em pouco tempo, se transformou em pedra pura. 

Perfeita.

Foi uma subida semelhante à da Pedra de Atibaia, daquelas íngremes e com grip forte. Subi rapidamente, fazendo o percurso pelos trechos menos íngremes e serpenteando cactus atrás de cactus que pontilhavam a paisagem. 

Olhei para trás: a Pedra do Elefante, imponente, se estendia pela paisagem disfarçando o céu de tons verdes e cinzas.

Segui subindo, subindo, subindo…

Até que me encontrei no topo. De lá, um giro panorâmico forçava a boca a abrir: dava para ver até o Pão de Açúcar, do outro lado da baía. A cena inteira era incrível, fundindo as cidades de Niterói e Rio de Janeiro em um único ecossistema feito de mar, pedra e mata. Cores, muitas cores davam vida à costa dramática daquelas partes certamente abençoada por todos os Deuses.

Fiquei um tempo ali, sentado, apenas bebendo a beleza.

   
    
    
   
  

Quando estava já satisfeito, levantei e desci. Foi difícil, confesso, descer de uma vez só ignorando o ímpeto de parar para fotografar as tantas cenas que se abriam. Mas fui.

Quando cheguei de volta à clareira, desci pela segunda trilha, a do Bananal. Deserto, o caminho era fechado e abafado, com um barulho de milhões de mosquitos que protestavam contra o intruso. Mas tudo: as árvores, as pedras, os zunidos e as ondas do mar, transformavam aquilo em uma espécie de paraíso. 

O final da trilha dava em uma pequena enseada de pedras. À frente e no mesmo nível, o mar rugia com aquela calma feroz característica de Yemanjá; por trás, mato puro; dos lados, as montanhas. 

Há momentos em que apenas devemos agradecer a honra de testemunharmos.

Mais uma vez sentei e respirei.

Aspirei.

Me inspirei.

E saí.

A volta foi percorrida naquele estado de transe pós-trilha, sentindo o sol arder as costas e a deixando a mente repassar e memorizar cada uma das paisagens.

Difícil imaginar um começo de dia melhor.

   
    
    
    
       

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