Sempre que eu termino uma ultra eu costumo me olhar no espelho. Não, não passarei aqui nenhuma mensagem piegas no estilo autoajuda ou coisa do gênero: eu simplesmente me surpreendo com o quanto envelheci ao longo de 80, 90, 100km.
Isso é normal: os altos e baixos de um percurso longo, a desidratação, a exaustão e os tantos demônios que enfrentamos em uma ultra realmente nos deixam… digamos… mais sábios. E, com a sabedoria, vem também o envelhecimento.
Também é verdade que nos recuperamos rapidamente. Basta um banho e uma noite bem dormida que pronto: estamos como novos, como estávamos antes de cruzar a largada.
Sob esse aspecto, correr uma ultra é como viajar um pouco ao futuro e captar o tipo de sabedoria sobre a vida que só se ganha com a idade. E depois voltar – mas mantendo esse aprendizado.
Uma matéria da Trail Runner fez um experimento que achei perfeito: registrou fotos de diversos corredores dos 125km da UltraTrail Harricana antes e depois da prova. Veja alguns exemplos abaixo.
Percebe o envelhecimento? Aquele olhar de quem descobriu algo denso e novo sobre si mesmo e sobre a vida?
É por isso que correr ultras é tão sensacional.
Vale conferir a matéria inteira clicando aqui.