A lição do menosprezo

Eis uma lição que aprendi na Indomit São Bento do Sapucaí: menosprezar provas faz mal. 

Quando me inscrevi, a ideia era apenas ter uma espécie de treino de luxo, uma etapa relativamente simples no caminho até os 140km dos sertões mineiros em agosto. 

A semana que me levou até os 50K não teve nenhum milímetro de diminuição de ritmo ou volume – foi uma semana normal, por assim dizer. 

Ignorei a altimetria acumulada de 3,450m: o máximo de subida que treinei ficou no Cruce, lá no distante mês de fevereiro. 

Quando cheguei em São Bento não sabia direito sequer o horário da largada de tão despreparado que estava. O resultado foi óbvio: penei muito mais do que deveria ter penado. 

Cheguei até o final, é verdade: mas certamente poderia ter feito o mesmo em um estado menos cadavérico. 

Prova é prova – mesmo que seja parte de um treinamento. E uma prova da Indomit carrega no sobrenome a certeza de desafios que estão longe de serem meras brincadeiras. 

O que dizer agora? Lição aprendida!

  

Chuva, chuva, chuva

Essas últimas duas semanas deveriam ser as mais secas e quentes do sudeste ao menos no último ano. Eu nem pediria tanto: ficaria feliz apenas com a falta de chuva. 

Mas não: os Deuses, aparentemente, curtem sincronizar as suas águas com o calendário da Indomit. Comigo, pelo menos, foi assim nos 42K de Bombinhas e nos 100K da Costa Esmeralda. 

A Indomit São Bento do Sapucaí, ao que tudo indica, será tanto corrida quanto nadada. 

Cheguei até a questionar a ida – a perspectiva de escorregar e de tentar me equilibrar em rios de lama me dá uma preguiça digna de Macunaíma. 

Mas aí tem os pontos. Os tais 3 pontos que essa prova me garantirá para a OCC, em Mont Blanc, no ano que vem…

Haverá outras oportunidades para somá-los? Certamente. Provavelmente. 

Mas, em um ano complicado em que o calendário de viagens para corridas ficou invariavelmente mais escasso, melhor garantir do que esperançar. 

Águas, nos veremos no sábado.