Por um 2015 com mais trilhas

Não dá para dizer que 2014 foi encerrado de forma ruim: estou, afinal, subindo e descendo montanhas nos Andes, uma espécie de meca sul americana para as trilhas, e absorvendo cada instante de vida com uma sede que jamais tive antes.

Na verdade, esse provavelmente foi o ano mais intenso que já tive em muito tempo, com direito à minha primeira grande ultra (Comrades, de 89K, sendo que a que fiz antes tinha “apenas” 56K), aos meus primeiros passos nas trilhas, incluindo o dificílimo Indomit Bombinhas sob tempestade e à minha primeira ultra de trilha, a inesquecível Douro Ultra Trail, de 80K, pelas montanhas do norte de Portugal.

Isso sem contar com os projetos de Trilhas Urbanas em São Paulo e da Ultra Estrada Real, que estão me deixando com picos constantes de entusiasmo.

No trabalho, Copa e eleições criaram uma atmosfera de montanha russa, com altos e baixos fortíssimos e uma necessidade gritante de paciência e persistência mescladas a momentos de comemoração como também nunca tive antes.

No campo pessoal, além das dificuldades naturais (embora sempre apaixonantes) de se criar uma filha, outras surpresas apareceram testando os limites. Algumas carregarei ainda por mais alguns meses de 2015, seguro de que conseguirei superá-las.

Aliás, eu diria que 2014 foi justamente o ano de se testar todos os limites na busca pela sobrevivência.

Pois bem: limites testados. Seja física ou mentalmente, não tenho dúvidas que fecho a porta desse ano muito mais forte do que abri, com uma sensação de missão cumprida gratificante e de preparo muito mais pleno para 2015.

Que venha, então, um novo ano cheio de novas trilhas, tanto no sentido real quanto metafórico. E, embora eu sinceramente deseje um 2015 levemente mais “calmo” que 2014, torço também para que ele traga um número ainda maior de descobertas e experiências que 2014.

Seja bem vindo, 2015!!!

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Trilhas urbanas

Treinar para correr em trilhas quando se mora em uma cidade como São Paulo não é, exatamente, uma coisa fácil. Claro: sempre dá para escapulir para o Jaraguá de vez em quando – mas estamos falando de um percurso de pouco menos de 4km, apenas.

Passar finais de semana em Campos do Jordão, Joaquim Egydio ou sul de Minas também é possível – mas, sendo realista, é algo longe de ser prático (principalmente quando se tem família).

O que fazemos então? Corremos na rua mesmo.

Asfalto não é terra e ladeiras não são montanhas – mas, às vezes, precisamos nos contentar com o que temos.

Recentemente, descobri que isso até tem nome: “urban trails”. Pela enxurrada de vídeos no Youtube, são provas organizadas que, ao invés de buscarem percursos planos, incluem escadarias e até mesmo trechos no interior de prédios.

O chão continua com a mesma “dureza”, por assim dizer – mas pelo menos há aqueles pequenos obstáculos que enxertam algum grau, por menor que seja, de surpresa pelo caminho.

Nunca cheguei a me atentar a isso mas, vendo esses dois vídeos que coloco abaixo, de Brugge e Lyon, vou começar a caçar mais obstáculos urbanos no meu tradicional caminho pelo Ibira. Ou talvez mudá-lo um pouco mais de vez em quando.

Moodfilm Brugge Urban Trail from Golazo on Vimeo.