Seria o excesso de amortecimento?

Liguei o sinal amarelo desde que senti o joelho direito há algumas semanas. Aparentemente não foi nada preocupante: de lá para cá já fiz longões consideráveis e me mantive ativo sem tirar quase nenhum quilômetro do planejado. Só fiz uma coisa: troquei o Merrell Ultra, tênis sem drop mas com um amortecimento de alguns milímetros, pelos Vibram Fivefingers ou Merrel TrailGloves – ambos minimalistas ao extremo.

Hoje saí com o Ultra. Resultado: nova fisgada no joelho em menos de 2km! Não forcei: dei meia volta.

Não costumo colocar a culpa em tênis ou acessórios quaisquer: a “culpa”, por assim dizer, é sempre da biomecânica. Mas talvez… talvez esteja tão habituado ao minimalismo que amortecimentos simplesmente atrapalham, machucam, enganam os pés e o corpo quanto à tactilidade do solo.

Enfim, é uma teoria que será testada no longão de sábado. Sem amortecimento, claro!

  

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Vibram FiveFingers e postura

Postura. Biomecânica. Atenção.

Repeti essas palavras como um mantra ontem cedo quando saí para correr, ainda com uma preocupação leve quanto ao joelho direito.

Tinha um aliado: o Vibram FiveFingers. 

Não sou muito partidário dos que crêem em poderes mágicos de tênis ou qualquer outro acessório. Esse negócio de estrutura, pronagem, drops altos… nada disso nunca fez muito sentido para mim. Quer correr bem, fluindo pelas trilhas e asfaltos sem perigo de lesões sérias? Concentre-se na forma de correr, na biomecânica, na postura. Em tocar o chão com o peito do pé, bem abaixo do seu centro de gravidade, em usar os braços como equilíbrio e aceleradores naturais, em dar passadas pequenas em uma cadência em torno dos 180/ minuto. 

E tudo isso é muito, muito mais fácil do que queimar dinheiro e preocupação apostando em salvações que venham da indústria ao invés do corpo.

Ok… mas por que, então, o Vibram é um bom aliado? Justamente pela falta total de estrutura. O tênis é tão leve, tão sem amortecimento ou nada que mais parece uma meia endurecida apenas na sola. Resultado: ou se corre corretamente com ele ou a dor de cada pisada se torna insustentável. É um tênis que te força a correr como se estivesse descalço, por assim dizer.

Foi um excelente “remédio”. Fechei a hora em um tempo leve, dentro dos planos, e sem sinal algum de dor. 

Cautela ainda se faz necessária pela recência dessa “mini-lesão” – mas o caminho parece estar liberadíssimo para a volta à rotina.

  

Passos doloridos com o Merrell Trail Gloves

Estava na hora de trocar de tênis: o Merrell Barefoot que usei ao longo do treino e da prova em Comrades estava já se desfazendo, com quase 1,5 mil quilômetros rodados. Aliás, esse é um dos pontos mais positivos de tênis minimalistas: como eles não tem acolchoamento, tendem a durar muito, muito mais do que os “normais”.

Passei para um outro par que havia comprado há algum tempo, o Merrell Trail Gloves. Basicamente, o tipo de solado é o mesmo (Vibram), só que mais grip, e a estrutura é um pouco diferente. E eis que veio o problema.

Veja a foto do solado abaixo: perceba que ele é extremamente cavado na curvatura interna do pé.

merrell-barefoot-trail-glove-review-another-great-zero-drop-running-shoe-option-9

O resultado disso: no longão do sábado passado, ganhei duas bolhas justamente nessa área: uma em cada pé.

Por mais que eu seja um fã da Merrell e do solado Vibram, não dá para imaginar correr uma ultra de 80km com dores chatas como as de bolhas se agravando a cada passo.

Ainda tentarei algumas corridas com eles para ver se crio algum calo que me livre do problema – mas não quero deixar a solução para as vésperas da DUT (ou da Indomit K42, em algumas semanas, que também participarei).

Em algum post antigo, o Jósa, do Endorfine-se, me sugeriu um tênis da Sketchers (o GoBionic Trail, review completo aqui). Procurei, procurei, procurei… mas não achei em lugar nenhum.

Mudei de marca e fui para a linha Minimus, da New Balance. Tem solado Vibram, o que é bom, mas com um grip que considero apenas médio. A parte ruim mesmo é que ele tem um drop de 4mm (e estou acostumado a zero). Mas, na prática, acho difícil que isso realmente atrapalhe.

Vamos ver como ele se comporta nos treinos. Se não funcionar bem, resta torcer para que os pés criem calos nos locais das bolhas para que eu possa voltar ao Merrell que, afinal, está novinho!

Atualização: tanto o Jósa quanto a própria Sketchers me mandaram links para lojas vendendo o GoBionic Trail (no que agradeço imensamente a ambos!). Desisti do New Balance e o comprei agora à noite.

Agora é esperar que ele chegue, arrancar a palmilha para que o drop fique zerado e testar nas trilhas!!