50K de aventura na Serra do Mar

A aventura em si começou mesmo na noite anterior: vim com toda a família para o Guarujá para que minha mulher e filha pudessem curtir a praia com mais um trio de amigos enquanto eu me embrenhava na Mata Atlântica.

Bom… por volta da meia noite – hora em que o trio de amigos chegou na praia – todas as ruas em torno do prédio inundaram e ficaram intransitáveis até as 4:00. Para ajudar, a energia também foi embora e, assim, só saberia se realmente conseguiria sair para a prova na madrugada.

Por conta desses imprevistos, acabei com a noite totalmente virada e, às 4:30, com água mais baixa e luz reestabelecida, peguei o carro e fiz o trajeto de 1h30 até a largada.

Uma observação: até aquele momento, eu não fazia nenhuma ideia de que os 50K eram uma corrida de aventura. Para mim, seria uma corrida de montanha normal, com trilhas bem demarcadas, paisagens incríveis e aquela vibração única.

Não foi. Trilha, para falar a verdade, deve ter existido apenas em uns 10 ou 15km entre estrada de terra e single tracks. O resto era tudo mato mesmo – e do tipo pantanoso. Passei boa parte do percurso com água até os tornozelos, cruzei três ou quatro rios, caí em uma poça de areia movediça (que, para ser sincero, eu nem sabia que existia no Brasil) e tomei tanto tombo que fiquei irreconhecível.

Isso sem falar em subidas íngremes e descidas enlameadas, sol forte em uns momentos, neblina espessa em outras e uma sensação de completa solidão no mato. No total, estimo que não mais de 15 ou 20 corredores tenham largado para os 50K – número que se espalha já nos primeiros trechos do percurso.

Terminei marrom, com minha inexperiência em percursos assim somando pouco mais de 8 horas de prova. Cansado? Sim. Mais com dor de cabeça dado que não consegui comer absolutamente nada durante todo o percurso. Mas inteiro.

E também com uma sensação de que faltaram as paisagens bonitas, as vistas deslumbrantes da Serra do Mar. Estas foram, verdade seja dita, “trocadas” pelas visões dos trechos que precisariam ser percorridos – uma mescla de assombração com empolgação.

Resumo da ópera? Amei ter participado de uma prova de aventura, principalmente por ter sido uma ultra com tantos desafios assim. Foi pro “currículo”. Em contrapartida, devo dizer que não é algo que eu esteja tão empolgado assim para repetir. Prefiro mesmo provas mais secas, com trilhas mais existentes e vistas mais inspiradoras.

Agora é hora de pensar na próxima.

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Molho e massagem

Sábado tem ultra: a Copa Paulista de Corridas de Montanha.

Não é das maiores, mas incluirá 50km por trilhas novas no topo da Serra do Mar. Imagino que as vistas sejam incríveis, que o sol inclemente deste verão tatue a experiência na pele, que a endorfina vá correr solta pelas veias. Espero tudo o que se possa esperar de uma ultra em um clima de ansiedade poderoso.

Até aí, tudo lindo. Só que as costas continuavam doendo e o medo de enfrentar 6 ou 7 horas nas montanhas com a coluna incomodando desde o primeiro minuto começou a pegar.

Resultado: mudança de planos.

Até agora fiz apenas um treino na semana, de 11K, na terça. Foram 11K relativamente puxados, mas no mesmo ritmo. Ontem teria mais um treino, com intervalados, que acabei cancelando por precaução. Cancelando não: trocando.

Ao invés dele, em um ato de pura (e talvez desesperada) esperança, fiz uma tal de massagem “Tailor Made” na Lush, aqui perto. 30 minutos concentrados na lombar e que me custaram os olhos da cara – mas que, confesso, fizeram efeito.

Aliás, se soubesse que ficaria tão melhor, teria antecipado a decisão. Não é que eu esteja “curado”, mas boa parte da dor realmente desapareceu!

E isso sem contar com a experiência exótica: essa massagem é feita com música de marinheiros irlandeses bêbados ao fundo, fumaça saindo do chão e um clima que em nada lembra spas tradicionais. Curti.

Agora é uma espécie de teste: sair para uma corrida leve, lenta, de pouco menos de uma hora, para soltar os músculos e testar o “novo” corpo.

Que as boas notícias se confirmem no caminho do Ibirapuera!

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Que tal uma ultra surpresa? Me inscrevi nos 50K da Copa Paulista de Corridas de Montanha!

Tem ultra “surpresa” no sábado, dia 24!

Pois é: navegando em busca de desafios novos para esse ano, acabei me deparando com uma corrida de 50K bem perto de São Paulo – algo que serviu como uma espécie de ordem divina para que eu participasse.

Aqui, afinal, pode até haver corridas de 5 a 10K toda semana – mas ultras são realmente raras.

Isto posto, a ideia é madrugar no sábado, dirigir cerca de 1h15 até a largada e fazer os 50km na parte de cima da Serra do Mar, mas já próximo a Cubatão. Aliás, espremido entre a represa Billings e a Serra do Mar, o percurso deve ser muito, muito interessante.

A etapa de Santo André da Copa Paulista de Corridas de Montanha, como foi batizada, contará com uma altimetria tranquila para a distância, com o ponto mais baixo de 740m e o mais alto, de 798m em relação ao nível do mar. Ou seja: haverá ondulações, claro, mas nada de tenso.

É uma pena apenas que o site da organizadora, a Corridas de Montanha, seja tão, tão ruim. Não há nenhuma foto, nenhuma descrição sobre o tipo de terreno ou percurso ou nada que possa servir de apoio. Pelo menos há uma integração com o Strava na versão beta do novo site, cujo print colo abaixo.

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Para ver mais detalhes é só clicar aqui ou sobre a imagem.

Agora é inventar uma micro fase de polimento e me preparar para 50K nas trilhas paulistas!