Checkpoint: Sobre mochilas de hidratação, centro de gravidade e biomecânica

Nada melhor que um giro de desbravamento por alguma cidade, praia ou montanha para estabilizar corpo e mente. E por estabilizar, neste sentido, entenda-se esfriar a cabeça, aquecer o peito e deixar o corpo em estado mais sólido. 

Ainda não estou 100% daquela dor no joelho direito – mas agora já posso chamá-la de um leve incômodo que desaparece na medida em que passos são dados na rua. Principalmente, aliás, quando estou sem a mochila de hidratação. 

Li em algum lugar que mochilas tem esse lado negativo, de forçar uma espécie de quebra na biomecânica e atrapalhar o delicadíssimo equilíbrio que se traduz em um centro de gravidade claro. Confirmei isso ontem, depois da (inspiradora) corrida pela Mooca e centro de São Paulo. No total, fiz apenas o equivalente a uma meia maratona – mas pausas para fotos e para checagem do mapa fizeram o tempo se estender por cerca de 3 horas. Resultado: no período da tarde, quando o corpo já estava frio e livre de qualquer resíduo de ácido láctico, o tal incômodo (que não dava as caras faz dias) voltou a me visitar.

Pensei bastante antes de correr hoje…. mas o dia estava tão azul, tão convidativo, que fui guiado quase que espiritualmente até o tênis. Para a minha surpresa, não senti nem vestígio de dor. Foi o suficiente para me levar à conclusão relacionada ao uso da mochila. 

Bom… mas essa conclusão, verdade seja dita, não me serve de nada: em longos percursos, usá-la é algo simplesmente obrigatório. Terei apenas que redobrar a atenção quando o fizer, garantindo que ela meio que seja parte integrante do corpo, por assim dizer. 

Correndo e aprendendo :-)

   
 

Checkpoint: Restart

Com motivação em alta, madruguei hoje para correr por São Paulo. 

Paraty havia ficado para trás e não minto que, durante todo o trajeto de volta, fiquei observando as montanhas do litoral norte paulista caçando trilhas com os olhos e desejando estar perdido nelas. Perfeito: isso confirmou apenas que o mais importante dos ingredientes deste esporte, a empolgação, estava em alta. 

Não foi difícil decidir acordar às 5:30, com um céu nublado ainda escuro e um frio de 11 graus, e rodar pela cidade. Por locais diferentes dos habituais, diga-se de passagem: Barra Funda, Parque da Água Branca, um Minhocão que em instantes serviria de percurso para alguma prova de 10K qualquer, toda a região do centro sujo porém belo da cidade, incluindo Bolsa de Valores, Edifício Martinelli, prédio do Banespa, Municipal etc., subida da Brigadeiro, virada da Paulista, um corte pelo pequeno mas charmoso Parque Trianon e, enfim, encerrando na porta de casa. 

21km em que fiquei curtindo cada passo e ladeira, dividindo a concentração entre pensamentos sobre novos projetos e um audiobook incrível de V.S. Naipaul, A Curva no Rio. 

Cheguei revigorado. 

Agora mal posso esperar para engatar a semana que vem com uma motivação arrebatada para todas as frentes da vida.