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Dia 1 (clique para ver mais detalhes):
Dia 2 (clique para ver mais detalhes):
Que comecem então os trabalhos de pacer da Zilma Rodrigues nos 217km da BR135!
Nosso plano: fazer a versão “curtinha”, de apenas 135 milhas (ou 217km), em 40 horas. Emocionante, não?
Que bom que será a Zilma que correrá o percurso todo – eu decididamente ainda não estou preparado para isso. Mas farei algo como uns 50km, estimo eu.
Quem será pacer? Eu (Ricardo Almeida), Charlston Benassi e Luana Bianchi.
A altimetria total da prova é essa, abaixo (sendo que faremos apenas o trecho azul):
Há um mapa de cidades e distâncias, que coloco abaixo. Há apenas um erro no mapa: o primeiro trecho, nele, está marcado como 19km – mas na verdade são 24. Isso, claro, acaba somando 5km em todos os pontos daí em diante. Fora essa consideração, eis os trechos e distâncias:
O blog do Dionísio Silvestre tem um mapa mais bem feito:
Por hora, a única decisão é que eu farei a primeira parte com ela, do Pico do Gavião – algo como 10km, durante o dia, mais ou menos a partir do km 35. Mas o intuito é fazermos mais ou menos 50km cada.
Divisões, a princípio, ficarão para o próprio dia.
Mais informações, posto aqui mesmo no blog depois. Mas uma coisa já posso garantir: será uma jornada e tanto!
Como devem ser a noite e o amanhecer em um acampamento no alto das montanhas andinas, sem luzes urbanas e com aquele silêncio que apenas a natureza consegue proporcionar?
Essa é a minha principal curiosidade e ansiedade quanto ao Cruce. Não é só o desafio de cruzar a cordilheira, colocando o pé no Chile e voltando para a Argentina: é a curiosidade de sentir a vida no alto das montanhas. De estar em um dos topos do mundo, de respirar o ar puro, de sentir a altitude, de ver o planeta todo esparramado aos meus pés.
Esta terceira e última etapa terá a primeira metade quase toda pela espinha dorsal das montanhas, provavelmente permitindo cenas memoráveis. Somente depois, lá pelo km 18, é que devemos descer e tomar caminhos mais ou menos planos até a chegada em San Martin de Los Andes.
No total, serão 30km com 2.094m de subida e 2.530m de descida.
No acumulado dos 3 dias de Cruce, terei rodado 100km, subido 5.091m e descido 5.229m. Para contextualizar, isso dará pouco mais da metade do Everest (8.848m) e mais que Mont Blanc (4.810m).
E nem imagino as cenas que estarão gravadas em minha mente.
Bom… a organização do Cruce ficou de disponibilizar algumas fotos do percurso nas próximas cartas aos corredores. Assim que chegar, posto por aqui.
Aqui começa um novo território para mim.
Em tese – bem em tese – rodar 100km em um só dia é “mais fácil” do que quebrado em 3 dias. Não sei se acredito nisso.
Afinal, quando se está no embalo de uma ultra, a mente cessa apenas depois de enxergar a linha de chegada. Dor de verdade vem depois, na manhã seguinte, quando cada milímetro da musculatura começa a bradar contra a via crucis que acabara de ser concluída. Mas o fato é que o corpo reclama depois que se roda 100, 90, 80, 50 ou mesmo menos quilômetros. Basta que o desafio seja intenso e haverá um espaço seguro para inflamação e dor. É aí que entra o desafio de ultras em estágios.
Quando amanhecer neste segundo dia o corpo já terá acumulado 42km nas montanhas andinas com direito a 1.700 metros de subida e 1.800 de descida. E sabe o que aguarda?
28km de adrenalina pura com mais 1.264 metros de subida e 815 de descida.
Nesta etapa nos afastaremos do lago Lácar e entraremos mais a fundo nas montanhas, o que certamente será um presente para os olhos. Aliás, foi precisamente por esta etapa que escohi me inscrever na categoria “amador” (ao invés de “elite”). Apesar de ambas terem tempos relativamente folgados, queria ter a garantia de poder parar para tirar fotos em qualquer um dos pontos que julgar inesquecíveis.
Há um ponto negativo aqui: a falta de um lago gelado na chegada impedirá o corpo de descansar como deveria. Tudo bem: a esta altura, com 70km acumulados, imagino que o corpo começará a entrar naquele estado de desistência de reclamação. Conto com isso.
A esta altura, minha esperança de passar por um percurso seco, relativamente tranquilo e sem muitas intempéries, já se foi. Mesmo que não chova na madrugada do dia 6 para o dia 7, as tempestades das últimas semanas já se encarregaram de deixar o solo molhado o suficiente para garantir muita, muita lama.
Paciência.
Inaugurei minha primeira prova mais longa em trilhas na mesma região: foi a Indomit Bombinhas, com 42K, regada a chuva e a escorregões. Quando terminei, jurei a mim mesmo que jamais voltaria ao local.
O tempo passou, me adaptei mais às trilhas, perdi o medo. E, curiosamente, lá estarei eu para uma nova estreia: os primeiros 100K.
O que esperar? No mínimo, uma dificuldade técnica alta.
A largada será na madrugada, garantindo pelo menos umas 6 horas de escuridão. Comigo, além da óbvia mochila de hidratação, levarei uma lanterna testeira poderosa e poles para ajudar no equilíbrio e nas escaladas. Serão muitas: 3.088 metros acumulados, para ser exato. Pior: as maiores montanhas estarão justamente no começo, quando a luz inexistirá.
Não vou estimar pace algum aqui – mas ficaria muito feliz de chegar ao menos próximo do marco da maratona quando o sol começar a raiar. 4 ou 5 subidas, portanto, estarão para trás.
Ainda assim, não planejo acelerar nada: a meta é ir no ritmo que o corpo, os olhos e o equilíbrio permitirem, poupando energia física e mental para os últimos trechos.
A parte “boa” é que, por mais que seja uma prova dura, os trechos mais ásperos serão percorridos à noite, sem que os olhos possam assustar a cabeça devido à redução no campo de visão. É o ideal? Não sei – mas é o que se apresenta.
Pelo mapa, pelo menos, haverá alguns espaços longos de “calmaria técnica”: ruas, seja de asfalto ou de terra, onde a cabeça poderá descansar um pouco.
Aproveitemos também esses espaços.
Aliás, aproveitemos tudo.
Serão meus primeiros 100K e nada melhor do que começar em um lugar incrivelmente lindo, com um desafio forte e um potencial altíssimo de boas histórias para contar.
Minha expectativa de tempo? A julgar pelos tempos do ano passado, imagino que levarei algo entre 15 e 18 horas. Menos, difícil; mais, possível.
Seja como for, espero apenas uma coisa: que me divirta por cada um dos segundos que a Indomit durar!
Tá: já fiz uma ou outra corrida com o Fenix 2. Não minto que me chateei um pouco com o tempo de detecção de satélite na primeira corrida – mas já tinha visto que isso aconteceria mesmo e que, nas próximas, melhoraria.
Mas uma das coisas que mais me seduziram foi o Trackback: uma funcionalidade que permite ao corredor “dizer” ao relógio que está perdido e receber, como retorno, um mapinha ao estilo “migalhas de João e Maria” apontando o rumo feito de volta até o ponto de partida.
Para trilhas, fabuloso. Eu pessoalmente já me perdi inúmeras vezes e algo assim é uma mão na roda.
E, como não estava nas trilhas essa semana, só pude testar na cidade mesmo.
E aí fiquei rodando por horas, fazendo de conta que estava perdido e buscando entender o mapinha. No começo, demorei para me entender com a usabilidade do relógio e do zoom no mapa.
Depois peguei a manha. Entendi.
Usei.
Amei.
Minha expectativa agora, embora soe ingênua, é nunca mais me perder.
Ponto para o Garmin Fenix 2.
Hora de terminar a prova! A essa altura, a noite já deverá estar sobre as nossas cabeças (ou, pelo menos, chegando lá). Por outro lado, será o trecho mais curto e percorrido inteiramente sobre asfalto (embora quase todo em subida), na estrada efetiva que ainda hoje liga essas duas cidades.
Chegaremos enfim a Ouro Preto, finalizando a corrida na principal praça da cidade e comemorando essa viagem por um dos mais importantes períodos históricos do nosso país!
Trecho 5: 12km de Mariana a Ouro Preto
Todo o trajeto entre Mariana e Ouro Preto é feito por estrada asfaltada, o que requer uma maior atenção dos praticantes. No caminho, passa-se pela Mina da Passagem, parada obrigatória para conhecer a única mina de ouro do Brasil aberta para visitação.
O trecho termina na cidade de Ouro Preto, antiga capital de Minas Gerais. Ouro Preto une um elo de aprendizado entre o civismo e a História de Arte, reconhecido pela UNESCO como Monumento da Humanidade. Nesta esplêndida cidade, com seus magníficos casarões, belas ladeiras e muita história pra contar.
Atenção!! Neste trecho não tem marcos instalados!
Conteúdo extraído do site: http://www.estradareal.tur.br/caminhos-trechos_1_21
IMPORTANTE:
Faça download e leve consigo os mapas, perfis altimétricos e planilhas de navegação de toda a prova. O link direto para isso é https://rumoastrilhas.com/ultraestradareal/o-percurso/
Ponto no percurso:
Os menores povoados, pontos de descanso dos viajantes do século XVIII, já estão ficando para trás. Nesse trecho começamos a nos aproximar do primeiro grande centro, Mariana, uma das mais icônicas cidades do ciclo do ouro mineiro.
Trecho 4: 18km de Camargos a Mariana
O percurso é por estrada de terra que se encontra em boas condições, cercada por gramíneas e com um mar de morros no seu trecho inicial, sendo que, após alguns quilômetros, a mata circundante passa a ser bem densa e formada por árvores altas, deixando a estrada mais fechada e bonita. Porém, como um todo, ela pode ser caracterizada como plana de leves subidas.
O fim do percurso é na cidade Mariana, que já foi a primeira capital das capitanias de Minas e São Paulo, título que perdeu em 1740, para Ouro Preto devido sua maior importância econômica. A admirável cidade apresenta um acervo riquíssimo das mais belas obras do barroco mineiro.
Conteúdo extraído do site: http://www.estradareal.tur.br/caminhos-trechos_1_20
IMPORTANTE:
Faça download e leve consigo os mapas, perfis altimétricos e planilhas de navegação de toda a prova. O link direto para isso é https://rumoastrilhas.com/ultraestradareal/o-percurso/
Ponto no percurso:
Quase uma maratona depois, o cansaço certamente já começará a se fazer presente. O ponto positivo é que teremos também bebido vistas incríveis e já estaremos plenamente dentro do espírito da corrida como um todo, preparados para encarar o que vier para a frente.
Trecho 3: 18km de Santa Rita Durão a Camargos
De características bem marcantes, a estrada entre as cidades é boa, em grande parte plana, larga e com vegetação rasteira, sendo completada com algumas descidas e subidas leves, nada preocupante, sendo que, após Bento Rodrigues, a estrada passa a ser mais estreita e com subidas e descidas mais fortes.
Durante o caminho o viajante passa pelo povoado de Bento Rodrigues, que tem como um dos seus atrativos a igreja do Rosário, na qual apresenta um imponente altar todo construindo em madeira.
O fim do percurso é no pequeno vilarejo de Camargos, fundado em 1711, com a descoberta de um ribeirão aurífero. Possui uma igreja de chamar a atenção, com uma magnífica escadaria de acesso, além disso, devido a sua localização, no alto de um morro, possui uma vista de encher os olhos.
Conteúdo extraído do site: http://www.estradareal.tur.br/caminhos-trechos_1_19
IMPORTANTE:
Faça download e leve consigo os mapas, perfis altimétricos e planilhas de navegação de toda a prova. O link direto para isso é https://rumoastrilhas.com/ultraestradareal/o-percurso/
Ponto no percurso:
Já chegaremos aquecidos depois de pouco mais de uma meia maratona com uma vista incrível sempre nos acompanhando. Será hora de partir para o segundo trecho.
Trecho 2: 18km de Catas Altas a Santa Rita Durão
De uma bela singularidade, o percurso entre Catas Altas e Santa Rita Durão pode ser dividido em dois momentos. O primeiro é realizado em uma estrada de terra conhecida como “Trilha Parque”, possuindo boas condições e grande parte de seu percurso é plano, facilitando a passagem de diferentes meios de transporte ou mesmo a pé. Já na segunda parte, o viajante se depara com o povoado de Morro d’ Água Quente e até Santa Rita Durão o trajeto passa a ser por uma estrada construída em cima de uma montanha de minério de subidas e descidas, porém não impede o acesso dos praticantes, mesmo sendo a cavalo ou de bicicleta.
O arraial de Morro d’ Água Quente não apresenta infra-estrutura turística, porém a curiosidade de seu nome, surgido devido às fontes termais que existiam da região, destruídas pelas escavações do ouro, já valem a visita.
Ainda no caminho entre Morro d’Água Quente e Santa Rita Durão, o viajante passa pelo aterro sanitário da região, que já ganhou alguns prêmios por ser exemplo e servir de modelo a outros devido a suas condições ecologicamente responsáveis. Neste ponto também é possível avistar o Pico do Baiano, localizado na Serra de Catas Altas, e que abriga locais para a prática de escalada e outros esportes radicais.
Ao final, o turista chega a Santa Rita Durão, terra do poeta Frei José de Santa Rita Durão. A cidade foi fundada em 1702, e guarda o aspecto pacato das cidades do interior mineiro, além de contar com belos exemplares da arquitetura colonial, como a Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que foi restaurada pelo IPHAN.
Conteúdo extraído do site: http://www.estradareal.tur.br/caminhos-trechos_1_18
IMPORTANTE:
Faça download e leve consigo os mapas, perfis altimétricos e planilhas de navegação de toda a prova. O link direto para isso é https://rumoastrilhas.com/ultraestradareal/o-percurso/
Ponto no percurso: