A bênção de uma linha de largada próxima

Ansiedade, expectativa, preparação. 

Quando uma prova se aproxima, qualquer que seja ela, é difícil não ter essas três palavras como parte do cotidiano dos dias que antecedem a trilha. E são palavras desejadas, aguardadas com aquele tipo de vontade que só se entende quando a linha de largada está próxima.

Basta olhar o calendário e enxergar uma viagem e pronto: o corpo já fica ouriçado. Problemas cotidianos? Todos parecem sumir como que a passe de mágica, encobertos pela espessa neblina da expectativa. Sim: ainda há alguns dias a serem vencidos até que pegue o carro e dirija até São Bento do Sapucaí; ainda há projetos, planos, apresentações e toda aquela gama de afazeres típicos da vida na selva profissional paulistana. 

Mas… quem se importa? O que são essas pequenas tarefas quando se tem 50km pela Serra da Mantiqueira logo ali? 

Eu deveria programar mais provas no meu calendário: o efeito que elas tem nos níveis de empolgação são simplesmente únicos. 

  

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Vídeo: Como foi o primeiro dia que me aguarda

O título do post pode parecer um paradoxo gramatical – mas ele está certo. Explico: há 3 levas de largadas no Cruce, todas fazendo o mesmo percurso: o primeiro dia, ontem, foiçara a elite/ avançados; o segundo, hoje, será para duplas; e o terceiro, sexta, será para amadores (me incluindo aí).

E, como eles estão filmando cada uma das etapas e disponibilizando praticamente em tempo real na web, deu para sentir como será o meu primeiro dia. E, aparentemente, apesar de ser o dia mais longo (com 40K), ele será relativamente tranquilo, sem trilhas técnicas e com um percurso tão “corrível” quanto maravilhoso. Será uma espécie de boas vindas, creio.

Veja abaixo:

 

 

Os primeiros 10 mil quilômetros

Uma volta ao mundo, seguindo a linha do equador, tem precisos 40.076km. Pelos pólos, a distância cai um pouco, para 40.009km.

Hoje bati um marco que imaginava desde os meus primeiros passos: os primeiros 10 mil km. Sendo mais exato, fechei o longão inserido no meio da semana (de 20K) com exatos 10.019,70 km corridos desde março de 2011 quando, lá do alto dos 100kg, olhei com um misto de medo e empolgação para a voltinha do Parque do Povo.

À época, conseguia correr mesmo pouco mais de 200m – e praticamente me esguelando. O tempo foi passando, os treinamentos se intensificando, técnicas foram lidas e aprendidas e as pernas foram aprendendo com provas de 5K, 10K, meias, maratonas e ultras.

Esses 10 mil km, na prática, mudaram a minha vida sob todos os sentidos ao transformarem em alguém (muito mais) saudável, ponderado nas tomadas de decisão, calmo e com um acúmulo de experiência de vida por conta de muitas viagens em busca de diferentes linhas de largada.

Começar a correr foi uma das melhores decisões que tomei em minha vida. E hoje, com o perdão pelo post totalmente auto-indulgente, passarei o resto do dia orgulhoso e comemorando a mim mesmo por ter corrido o equivalente a 25% do planeta.

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