De vez em quando acabo me pegando com o despertador.
Não costumo ter muitos problemas com horário, mas há dias em que levantar cedo parece uma tarefa impossível. Pelo menos até que aprendi a domesticar o sono.
É assim que estou considerando esse “momento Eureka” que, aparentemente, tive nas últimas semanas. Por algum motivo esquisito qualquer – e sobre o qual não tenho absolutamente nenhum embasamento científico – meu sono parece funcionar por ciclos.
Esses ciclos se abrem de maneira natural: é bem provável que, mesmo sem ter consciência, eu começo efetivamente a dormir em horários parecidos todos os dias. E digo provável porque ninguém sabe, ao certo, em que instante se despede da consciência e mergulha nos sonhos.
Pelos meus cálculos, meu sono tem ciclos de 45 minutos. Isso não significa que durmo apenas 45 minutos, claro – mas que acabo emendando um ciclo no outro, sendo que a janela perfeita para acordar é no instante em que um ciclo termina e outro está prestes a iniciar.
Sendo prático: 5 da manhã é um horário perfeito para eu acordar: por mais cedo e escuro que esteja, eu levanto inteiro, descansado e pronto para o dia. Se o despertador tocar 5:30, tudo muda de figura: levanto com aquela sensação de ter sido arrancado do sono e estapeado pelo zumbido infernal do dia que insiste em começar.
Mas some mais 15 minutos ao despertador, fazendo-o soar às 5:45, e consigo acordar novamente perfeito.
A mesma coisa acontece se ele tocar às 6:30 ou 7:15.
Eu sei: isso parece pura loucura. Possivelmente até seja, acrescento com um pouco de medo da própria mente.
Só que é uma loucura que tem funcionado miraculosamente bem, me levando à conclusão que, sem querer, eu talvez tenha realmente conseguido domesticar o sono!